Depois de nas últimas eleições para o Parlamento Europeu, em 2014, o resultado do PAN se ter ficado pelos 1,72%, com cerca de 56 mil votos, nas europeias de 26 de maio Francisco Guerreiro passa de número três a cabeça de lista do partido.
“O nosso objetivo é, obviamente, eleger um eurodeputado. Sabemos das dificuldades que isso representa, especialmente para um partido com a nossa dimensão”, assume Francisco Guerreiro, em entrevista à agência Lusa.
Ciente do desafio, o PAN sabe, por outro lado, que em eleições europeias “é um círculo único e há bastante mais liberdade de voto por parte dos cidadãos”.
“E o trabalho que temos feito no parlamento nacional - e mesmo nas assembleias municipais - também tem representado esta dinâmica que nós temos implementado em Portugal, na política portuguesa”, aponta.
Nas eleições legislativas de 2015, o PAN conseguiu eleger um deputado à Assembleia da República e André Silva chegou ao parlamento como deputado único do partido.
“Achamos que será bastante produtiva esta campanha. Temos dois meses pela frente e estamos agora no terreno, a contactar com os cidadãos, a formalizar o nosso programa também com os contributos de várias associações nacionais, locais e com os cidadãos”, explica.
Francisco Guerreiro mostra-se confiante que o “resultado será bastante positivo”, apesar da “dificuldade que é eleger um eurodeputado”.
“Mas, também sabemos que será importante trazer este novo paradigma para a mesa e irmos a eleições, que é isso que nós fazemos, e representá-lo também a nível internacional”, destaca.
De ânimo serve o facto de partidos como o PAN estarem “a crescer também na Europa”.
“Significa que nós - e até pelo que vemos - também estamos a crescer e a cimentar-nos em Portugal”, compara, encarando a tarefa que tem pela frente “com naturalidade, com bastante trabalho e exigência”.
O cabeça de lista do PAN destaca que atualmente se está “a descobrir, curiosamente, que é preciso caminhar para uma economia circular”, uma ideia recorrentemente defendida pelo partido.
“Para nós é inqualificável como é que nós chegamos em pleno século XXI e Portugal consome 2,2 planetas por ano em nível de recursos”, condena.
Ainda antes de agosto, exemplifica, será esgotada “a capacidade regenerativa de Portugal”, o que “é realmente assolador”, sendo por isso urgente “alterar o modo como pensamos, produzimos e como gerimos também as finanças públicas”.
“Há um despesismo bastante substancial quando gerimos os bens públicos e isso demonstra-se quando nós, por exemplo, investimos bastante em indústrias que são altamente poluentes, nomeadamente agropecuária intensiva”, critica.
Este repensar de forma de atuação, na opinião de Francisco Guerreiro, também é urgente que seja feito na Europa, em áreas como a política agrícola comum, a política comum de pescas e o modo de relacionamento com a ecologia e com todo o restante ecossistema.
Francisco Guerreiro tem 35 anos, é natural de Santiago do Cacém, tendo-se licenciado em Comunicação Social pelo Instituto Superior de Educação de Coimbra.
Militante do PAN desde 2012, é atualmente assessor político do partido, acompanhando a Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, tendo já sido candidato às câmaras de Coimbra (2013) e Cascais (2017).
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