Os espanhóis voltam este domingo às urnas, naquela que será terceira consulta em menos de quatro anos para tentar encontrar uma solução para a instabilidade política criada pela fragmentação partidária.

Os cidadãos vão eleger as Cortes-Gerais, 350 membros do Congresso dos Deputados (parlamento, câmara baixa) e 266 do Senado (câmara alta).

Saiba quem são os cinco principais candidatos às eleições legislativas em Espanha este domingo.

créditos: JOSE JORDAN / AFP

Pedro Sánchez, 47 anos

Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE)

É o favorito nas sondagens, ainda que, em princípio, precise de apoios externos para governar.

Depois de obter um dos piores resultados para o socialismo nas eleições de 2016 e de ser afastado da liderança pela sua própria sigla, Sánchez retomou as rédeas do seu partido em 2017 e, em junho de 2018, chegou ao poder, graças a uma moção de censura contra o conservador Mariano Rajoy, após uma sentença por corrupção contra o seu partido.

À frente de um governo minoritário, apoiado por uma diversa maioria (esquerda radical, nacionalistas bascos e separatistas catalães), este economista convocou eleições antecipadas quando os separatistas, com os quais havia iniciado um diálogo sem sucesso, enterraram o seu orçamento para 2019.

Com o Executivo mais feminino da história espanhola (11 mulheres e seis homens), Sánchez aumentou o salário mínimo em 22%, depois de anos de severa austeridade.

créditos: GABRIEL BOUYS / AFP

Pablo Casado, 38 anos

Partido Popular (PP)

Em julho, tornou-se o líder mais jovem do Partido Popular.

Encarregado da comunicação do partido quando liderado por Mariano Rajoy, este político formado em Direito operou uma reviravolta no PP e selou, na região da Andaluzia, um pacto com o Cidadãos (centro direita liberal) e com a extrema-direita do Vox para conquistar este histórico reduto socialista.

Se a mesma aliança se mantiver firme no domingo, Casado - que fez uma campanha muito agressiva contra Sánchez, acusando-o de trair a Espanha ao dialogar com os separatistas catalães - pode tornar-se o chefe de governo mais jovem da história de Espanha.

Por enquanto, porém, as sondagens antecipam a sua derrota.

créditos: JAVIER SORIANO / AFP

Pablo Iglesias, 40 anos

Podemos

O inconformado ex-professor de Ciência Política procura uma nova vitória, depois de se tornar a terceira força do país em 2015 e de contribuir para o fim do bipartidarismo juntamente com o Cidadãos.

Nascido no calor do movimento anti-austeridade, as sondagens atribuem ao Podemos metade dos assentos obtidos nas últimas eleições gerais em 2016.

Iglesias também ficou enfraquecido pela polémica do chalé comprado no ano passado com a sua companheira e número dois do partido, Irene Montero.

créditos: JOSE JORDAN / AFP

Albert Rivera, 39 anos

Cidadãos

Este barcelonês de centro direita com aspeto de jovem empreendedor defende com unhas e dentes a unidade de Espanha frente aos separatistas catalães, assim como um programa muito liberal - tanto no plano económico, quanto nos valores.

Depois de anos dedicado à política regional catalã, Rivera saltou para a cena espanhola em 2014 e, no ano seguinte, surgiu como quarta força no Congresso. A sua aposta: superar o confronto entre esquerda e direita.

Agora, depois de inclinar o seu discurso para a direita, rejeita qualquer aliança com Sánchez, com quem tentou, porém, formar governo em 2016.

Durante esta campanha, posicionou-se abertamente em favor de governar com o PP.

créditos: OSCAR DEL POZO / AFP

Santiago Abascal, 43 anos

Vox

Ameaçado pelo grupo armado basco ETA na sua juventude, este ex-militante do PP quer ser a surpresa eleitoral com o Vox, um partido ultranacionalista, anti-imigração e antifeminista. As sondagens concedem-lhe, até o momento, mais de 10% dos votos num país onde a extrema-direita era residual.

Desconhecido até poucos meses atrás, Abascal, caracterizado por uma barba impecavelmente aparada e por um olhar penetrante, beneficiou do seu hostil discurso contra o separatismo catalão.

Mesmo criticando os meios tradicionais de comunicação e servindo-se, principalmente, das redes sociais para fazer campanha, consegue pautar a agenda mediática com as suas polémicas propostas - entre elas, a liberalização da posse de armas.