Em comunicado, os enfermeiros relatam que, numa visita de acompanhamento à cadeia, nomeadamente à ala masculina, que inclui uma clínica de doenças mentais, detetaram situações que colocam em risco a saúde dos utentes e profissionais.
A clínica tem lotação para 90 pessoas, mas acolhe, atualmente, 187, acusam.
“Num dos espaços estão 19 pessoas amontoadas, o mesmo espaço onde dormem, comem e fazem as suas necessidades”, reforçam.
A Ordem relata que é “manifesto o odor a urina, num cubículo sem distanciamento entre as camas, que são apenas estrados, onde abundam as moscas”.
Outro dos problemas apontados passa pelo não cumprimento de práticas elementares de controlo de infeção como a higienização de colchões da cama, das mãos ou limpeza dos espaços físicos, sublinha.
As normas de dotações seguras estão “também longe de serem cumpridas”, acusam os enfermeiros, acrescentando que durante a noite há apenas um enfermeiro para todo o estabelecimento prisional, com 402 pessoas, das quais 187 estão na clínica de doenças mentais.
Perante o “cenário de caos” encontrado, a Ordem dos Enfermeiros apela à implementação urgente de procedimentos de segurança no estabelecimento.
“Desta situação foi dado conhecimento à direção do estabelecimento prisional”, conclui.
A agência Lusa tentou obter esclarecimentos da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, mas sem sucesso até ao momento.
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