António Costa, também secretário-geral do PS, falava na Assembleia da República, numa reunião com deputados socialistas sobre a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2024.
Tendo ao seu lado o ministro das Finanças, Fernando Medina, o líder do executivo referiu-se ao objetivo de aumentar o investimento público, removendo obstáculos, ponto em que abordou a questão do fim das cativações no próximo ano.
Com o ex-ministro e atual deputado do PS Pedro Nuno Santos sentado na terceira fila do auditório a assistir à reunião, António Costa disse que em 2024 será eliminado “um conjunto de constrangimentos à agilização do investimento, designadamente o novo regime de cativações”.
“Deixam de estar dependentes de autorização do Ministério das Finanças e cada ministro gerirá o seu orçamento de uma forma responsável”, disse,
António Costa foi mais longe neste ponto e referiu-se aos tempos em que ele o deputado do PS Capoulas Santos fizeram parte dos executivos de António Guterres, ou do primeiro de José Sócrates, quando não se aplicava o atual regime de cativações.
“Aqueles que foram ministros em outras eras, como eu ou o Capoulas, ainda nos lembramos do tempo em que era obrigação dos ministros gerir os seus próprios orçamentos. Essa é uma boa prática que iremos retomar e espero que fiquem todos tão felizes como aparentam estar neste momento, porque terão que passar a responder pela gestão do seu próprio orçamento e pela capacidade de o executar”, declarou, provocando alguns risos na plateia.
Uma das poucas críticas que António Costa fez ao PSD surgiu na parte final da sua intervenção, quando explicou os objetivos do novo fundo constituído a partir do excedente orçamental que o Governo espera obter no final deste ano.
Neste ponto, o líder do executivo começou por defender que é preciso dar continuidade à necessidade de investimento do país alem de 2026, depois da execução do Plano de Recuperação e Resiliência.
Depois, visou os sociais-democratas: “Quando oiço alguns líderes da oposição dizerem que este orçamento é eleitoralista, é porque acho mesmo que eles já prescindiram de ganhar as eleições de 2026 e já acham que estamos a constituir aqui capacidade de investimento para ganharmos as eleições de 2030”, disse, com Pedro Nuno Santos a ouvi-lo.
Isto “só pode demonstrar mesmo que já só estão preocupados com [as eleições] de 2030, e as de 2026 já dão por perdida”, insistiu.
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