Para a organização não-governamental – que pede mais recursos para o acolhimento - o aumento das chegadas deve-se a causas políticas e económicas, à instabilidade alimentar e à crise climática, que está a gerar cada vez mais migrações.

“Se a tendência de aumento do volume de chegadas se mantiver, é provável que a chegada de crianças não acompanhadas que precisam de abrigo e proteção aumente nos meses de verão.

Em 2023 já se registou um número recorde de chegadas, mais de 5.100 menores, e se este ritmo se mantiver, este ano o número vai ser ultrapassado”, disse a especialista em migração Bárbara González del Río.

No que diz respeito aos acordos entre a Espanha e a União Europeia para conter o fluxo migratório, incluindo um acordo de 200 milhões de euros com a Mauritânia, a Save The Children considera que “põem em risco a proteção dos direitos das crianças”.

“Estas medidas podem conduzir a situações indesejáveis, como a detenção de crianças, ou a exposição a riscos como a discriminação, violência ou a falta de acesso a direitos básicos”, alerta a organização, frisando que os direitos humanos e os direitos das crianças devem sempre orientar as políticas europeias de migração.

A especialista em migrações apela à implementação de medidas que garantam o correto acolhimento das crianças migrantes, incluindo a deteção de perfis vulneráveis – requerentes de proteção internacional ou possíveis vítimas de tráfico – ou a distribuição obrigatória de menores não acompanhados entre as diferentes regiões de Espanha de forma contínua.

A Save the Children, com sede em Londres, é uma organização não-governamental fundada em Inglaterra em 1919, após o final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).