Carlos César falava aos jornalistas no final de uma audiência com o primeiro-ministro, António Costa, em São Bento, sobre a data das próximas eleições autárquicas, depois de questionado sobre a forma como o PS entende que o Governo deverá aprovar o processo de venda do Novo Banco.
Neste processo de venda de 75 por cento do capital do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star, o presidente do PS afastou a hipótese de haver um decreto lei do executivo, alegando que "não se trata especificamente ou tecnicamente de uma decisão do Governo".
"Trata-se de um contrato em que é interveniente o fundo de resolução com o comprador do Novo Banco. Compete ao Governo apenas validar algumas das componentes desse negócio", argumentou ainda.
Interrogado sobre se essa é uma forma de o Governo minoritário socialista escapar a uma decisão da Assembleia da República, o presidente do Grupo Parlamentar do PS rejeitou essa ideia, contrapondo que "se trata antes de forma de resolver o assunto [do Novo Banco] como ele deve ser resolvido".
"Este assunto já foi discutido no âmbito parlamentar, mas o PS entende que pode e deve ser discutido, tal como todos os temas que são importantes para o país. O debate parlamentar é sempre bem-vindo e o PS transmitirá as suas razões em sede própria, que é o parlamento, sendo certo que são legítimas as posições que outros partidos têm tomado", referiu.
A seguir, Carlos César fez alusões críticas à bancada do PSD, dizendo que no tema do Novo Banco "os partidos devem assumir as suas responsabilidades".
"Não as responsabilidades táticas, com intervenções que visem apenas embaraçar outros. Os partidos devem assumir o que pensam realmente sobre as soluções com que se confrontam, validando o negócio no plano político, ou justificando qual a razão para o entenderem negativamente", afirmou.
O presidente do PS reiterou a tese de que a melhor solução para o Novo Banco "é a sua venda" e alegou que apenas numa situação limite, com ausência de condições para o Estado, se admitia a manutenção desta instituição bancária na esfera pública.
"Este não é o negócio da democracia, mas é seguramente a solução possível e mais adequada à resolução de mais um problema herdado por este Governo no setor da banca. Esperamos que o nosso setor financeiro, a partir da solução que será anunciada, alcance a estabilidade - estabilidade que é muito necessária para a confiança dos investidores e dos portugueses em geral", acentuou o líder da bancada socialista.
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