Numa declaração divulgada em Bruxelas, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), de que Portugal faz parte, deu conta do reforço de meios na região, em curso e futuros, por parte da Dinamarca, Espanha, França, Países Baixos e Estados Unidos.
“A NATO continuará a tomar todas as medidas necessárias para proteger e defender todos os Aliados, inclusive através do reforço da parte oriental da Aliança. Responderemos sempre a qualquer deterioração do nosso ambiente de segurança, inclusive reforçando a nossa defesa coletiva”, disse o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, citado na declaração.
A Rússia concentrou cerca de 10.000 soldados na sua fronteira com a Ucrânia nos últimos meses, o que levou os EUA e os aliados da NATO a acusar Moscovo de pretender invadir novamente o país vizinho, depois de ter ocupado e anexado a Crimeia em 2014.
Segundo a declaração divulgada hoje pela Aliança Atlântica, a Dinamarca “está a enviar uma fragata para o Mar Báltico e prepara-se para enviar quatro caças F-16 para a Lituânia para apoiar a missão de policiamento aéreo de longa data da NATO na região”.
“A Espanha está a enviar navios para se juntarem às forças navais da NATO e está a considerar o envio de caças para a Bulgária”, disse a Aliança, citada pela agência de notícias France-Presse.
Quanto à França, “manifestou a sua disponibilidade para enviar tropas para a Roménia sob o comando da NATO”.
“Os Países Baixos está a enviar dois caças F-35 para a Bulgária a partir de abril para apoiar as atividades de policiamento aéreo da NATO na região, e está a colocar um navio e unidades terrestres em alerta para a Força de Resposta da NATO”, lê-se na declaração.
A NATO disse ainda que os EUA “também deixaram claro que tencionam aumentar a sua presença militar na parte oriental da Aliança”.
Na declaração, a NATO recordou que desde a “anexação ilegal” da Crimeia pela Rússia em 2014, a Aliança Atlântica “aumentou a sua presença na parte oriental” com quatro grupos de batalha multinacionais na Estónia, Letónia, Lituânia e Polónia”.
“Estas unidades, lideradas respetivamente pelo Reino Unido, Canadá, Alemanha e Estados Unidos, são multinacionais e estão prontas para o combate”, disse a Aliança.
“A sua presença torna claro que um ataque a um aliado será considerado um ataque a toda a Aliança”, advertiu.
A organização com sede em Bruxelas acrescentou que não havia forças da NATO na parte oriental da Aliança antes de 2014.
O anúncio do reforço das forças da NATO coincidiu com o anúncio dos Estados Unidos e do Reino Unido de que autorizaram a saída de funcionários das suas embaixadas em Kiev da Ucrânia, face à crescente ameaça de uma invasão da Rússia.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia estão reunidos hoje, em Bruxelas, para discutir a situação de segurança na Ucrânia, contando a reunião com a participação, por videoconferência, do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.
Portugal está representado na reunião pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
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