Em declarações aos jornalistas em Braga, à margem de um contacto com os trabalhadores da Bosch, Mariana Mortágua salientou que os protestos daqueles profissionais são legítimos e que o Governo já deveria ter resolvido a questão da “desigualdade” que impôs quando criou um subsídio para a Polícia Judiciária e não o alargou às forças de segurança.
“A maior sensatez era que o Governo resolvesse este problema o mais rapidamente possível. E é óbvio que também é sensato, por parte das forças de segurança, que se manifestem, reivindiquem, mas que não condicionem o processo eleitoral nem possam ter ações que sejam percecionadas como um condicionamento ao processo eleitoral”, defendeu.
Para a líder bloquista, “não há razão nenhuma” para que o Governo não resolva rapidamente o problema.
Defendeu também que as forças de segurança têm de ter “um salário condizente” com a importância da sua função para a democracia e “estar à altura dessa importante função para a democracia”, protegendo “o maior ato de democracia que são as eleições, a preparação das eleições, os debates eleitorais e o momento do voto”.
Alertou que elementos da PSP e da GNR “perdem a razão” quando protestam de uma forma que pode condicionar o funcionamento da democracia.
A coordenadora do Bloco admitiu ainda ser normal o processo aberto na Inspeção-Geral da Administração Interna sobre o desfile e a concentração não autorizada de elementos daquelas forças de segurança na segunda-feira junto ao cineteatro Capitólio, onde decorreu o debate entres os lideres do PS e do PSD.
“Sabemos que em mais nenhuma manifestação isso poderia acontecer e, portanto, acho que as regras devem ser iguais para todas as pessoas que legitimamente se manifestam, todos os profissionais que legitimamente se manifestam em respeito pela ordem democrática e com a força das razões que têm”, referiu.
Centenas de polícias concentraram-se na segunda-feira à noite junto ao Capitólio, em Lisboa, onde estava a decorrer um debate entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, depois de uma concentração que juntou na Praça do Comércio cerca de 3.000 elementos da PSP e da GNR.
Esta concentração na Praça do Comércio estava autorizada e foi organizada pela plataforma que congrega os sindicatos da PSP e associações da GNR.
O protesto junto ao Capitólio foi marcado nas redes sociais pelo ‘movimento inop’ e não teve a participação da plataforma, sendo também através daquelas redes que foram lançadas todas as diretrizes que os polícias devem seguir.
Os elementos da PSP e da GNR estão em protesto há mais de um mês para exigir um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária.
Comentários