“Se o PS se entretém a discutir as condições para viabilizar um governo de direta, o Bloco de Esquerda cá está para impedir esse governo, pois só uma maioria com a esquerda pode resolver o salário, a saúde e a habitação”, disse a líder bloquista.
Mariana Mortágua falava em Aveiro, onde abriu e encerrou a sua intervenção num comício na Casa da Sustentabilidade citando Almeida Garrett, para concluir que a pobreza não é invencível, mas o seu combate exige uma maioria à esquerda.
Numa sala acanhada com gente de pé, o comício do Bloco procurou falar para quem tem o coração de esquerda, procurando recuperar o eleitorado que lhe fugiu em 2022, em que perdeu dois deputados no círculo.
Num distrito industrializado, Mariana Mortágua falou de temas incontornáveis das suas bandeiras políticas, como a crítica à laboração contínua e o direito ao descanso entre turnos,” que abrange um quinto dos trabalhadores e são os grandes esquecidos de todas as reformas laborais, incluindo pelo PS”.
“Vai haver em Portugal uma nova lei do trabalho por turnos pela mão do BE”, prometeu.
A precariedade laboral, nomeadamente de quem trabalha em vigilância, nas plataformas, ou nas cantinas foi outra das preocupações para que prometeu, vencida a direita, travar “um braço de ferro, impondo ao próximo governo respeito por quem trabalha”.
O contraste entre os ricos, poucos, e os pobres, que a fez citar Garrett, que em “Viagens na minha terra” pergunta quantos pobre são precisos para fazer um rico, serviu a Mortágua para salientar que a pobreza atinge também quem trabalha.
Meio milhão de trabalhadores em risco de pobreza, mais de metade com menos de mil euros mensais, são o resultado do modelo de baixos salários, segundo Mariana Mortágua que diz não ser preciso inventar para aumentar o nível salarial.
“É através da contratação coletiva, dando poder aos trabalhadores para negociar e ara conseguirem melhores salários”, advogou.
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