Em comunicado a Presença fala de Espadinha como "um leitor apaixonado e compulsivo", que publicou escritores como Nadine Gordimer, Günter Grass, Imre Kertész e os portugueses Alçada Baptista, Augusto Abelaira, Fernanda Botelho e David Mourão-Ferreira, entre outros.
Foi também responsável por editar autores como Vergílio Ferreira, Eduardo Lourenço, Umberto Eco, George Steiner, o poeta Ruy Belo, Ruy Cinatti, Helder Macedo, tendo, durante a carreira também editado Álvaro Manuel Machado, João Miguel Fernandes Jorge, Vasco Graça Moura e Joaquim Manuel Magalhães.
Recentemente incluiu no seu catálogo autores como J. K. Rowling, autora dos livros da saga Harry Potter, Ken Follett, Suzanne Collins e Orhan Pamuk, Prémio Nobel de Literatura de 2006.
Francisco José da Conceição Espadinha nasceu a 30 de junho de 1934, era licenciado em Direito, pela Universidade de Lisboa, e fundou a Editorial Presença em 1960.
"A década inaugural de 1960 foi marcada pela publicação de teatro e de ensaio. A imagem do editor fica ligada a essa vertente inovadora", diz a Presença. "O primeiro livro a ser publicado foi 'Kean', uma peça de teatro, do filósofo francês Jean-Paul Sartre. 'Molloy', de Samuel Beckett foi também lançado nessa época. Destacou-se na área da poesia com a coleção de referência 'Forma', e o livro de estreia de Daniel Filipe, 'A Invenção do Amor'", refere a mesma fonte.
Francisco da Conceição Espadinha foi membro da Comissão Consultiva do Instituto Português do Livro e da Leitura (1986-87), presidente da Associação Portuguesa dos Editores e Livreiros (APEL) de 1987 a 1992, tendo nestes anos dirigido a revista "Livros de Portugal", editada pela APEL.
A relação de Espadinha com os livros não fica por aqui. Fez ainda parte da Comissão Nacional da Língua Portuguesa (1988-1990), foi delegado português na Federação de Editores Europeus e Membro do Conselho Superior das Bibliotecas Portuguesas (1991).
Em 2015, o então Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, condecorou-o com a Comenda da Ordem de Mérito.
No mesmo comunicado a Presença realça "o selo de identidade e independência reconhecido a Francisco Espadinha e a sua capacidade de adaptação" e cita o fundador, segundo o qual a Editorial Presença, que completou 60 anos, é "uma obra que está sempre em movimento".
"Cumpre ao Grupo Presença honrar o legado que nos deixa e prosseguir o seu projeto de vida", lê-se no mesmo comunicado.
Tendo em conta o atual contexto de pandemia, a cerimónia fúnebre será exclusivamente reservada à família.
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