
O também antigo diretor do Expresso, durante 22 anos, tinha 77 anos e escreveu a sua última crónica no semanário Sol no dia 28 de fevereiro de 2025. Foi quem mais tempo esteve à frente do jornal do Expresso.
Segundo o Expresso terá morrido, esta quinta-feira, vítima de cancro.
Jornalista e escritor, José António Saraiva nasceu em 1947, em Lisboa, filho de António José Saraiva, ensaísta, historiador e crítico literário, e sobrinho do historiador José Hermano Saraiva.
Arquiteto de formação, licenciou-se em 1973, pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, tendo exercido essa profissão durante quinze anos. Ainda antes da conclusão do curso, já se tinha iniciado como jornalista, tendo ao longo da sua carreira integrado as redações dos jornais Comércio do Funchal, dirigido por Vicente Jorge Silva, Diário de Lisboa, República, Opção, A Bola, A Luta, Portugal Hoje, Vida Mundial, Espaço T Magazine, Baluarte e Diário de Notícias.
Em 1985, foi designado diretor do semanário Expresso, funções que ocupou até 2006. Em setembro desse ano, fundou o semanário Sol, com António Lima, Mário Ramires, numa vaga de jornalistas que abandonaram o Expresso.
O Sol era, segundo afirmou Saraiva em entrevista ao Correio da Manhã, um jornal “em formato tabloide”, com o objetivo de rasgar o cinzento e fazer com que os outros parecessem “de outra época”. No cabeçalho do novo semanário dizia a frase: “Um jornal que vale por si. Este semanário não oferece brindes nem faz promoções”.
Foi ainda professor convidado no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, depois de ter assegurado a disciplina de Escrita para Televisão, no Centro de Formação da RTP, entre 1977 e 1980. Em 2004, foi galardoado com o Prémio Luca de Tena de Jornalismo, atribuído pelo jornal espanhol ABC.
Casou em 1973 com Isabel Maria das Neves Cabrita, com quem teve dois filhos, Francisco Cabrita Saraiva e José Cabrita Saraiva.
É autor de vários livros, nomeadamente romances como 'O Último Verão na Ria Formosa', que lhe demorou treze anos a conceber ou o mais recente 'O homem que mandou matar o Rei D. Carlos'.
Foi uma personalidade sempre polémica e o seu 'Dicionário Política à Portuguesa', mas sobretudo as suas 'Confissões como diretor do Expresso', onde contava os bastidores dos políticos portugueses, foram livros altamente polémicos quando publicados.
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