“Não há dúvida nenhuma. Tive já a ocasião de conversar com o Presidente [ucraniano Volodymyr] Zelensky e transmitir-lhe que, não obstante a mudança na força política que lidera o governo, a nossa solidariedade mantém-se intocável”, afirmou o chefe do executivo, intervindo no debate preparatório do Conselho Europeu, que decorre na próxima quarta e quinta-feira.
Luís Montenegro acrescentou: “Continuaremos a ser uma parte ativa da ajuda humanitária, da ajuda política, da ajuda financeira e mesmo da ajuda militar, no âmbito dos compromissos que foram assumidos e outros que possamos vir a assumir nos próximos meses”.
Portugal e o Governo, sublinhou, “estão do lado certo, do lado da paz, do lado do respeito pelos direitos humanos, do lado da democracia, do lado de quem foi invadido e agredido”.
O deputado do PS João Paulo Rebelo questionou o Governo sobre como pensa que a União Europeia se deve preparar para a entrada de “países muito populosos”, nomeadamente Ucrânia, Moldova e Geórgia.
“O Governo português sustentou, e muito bem, a concretização desse alargamento e que sejam salvaguardados os interesses de países como Portugal, que necessitam de políticas de coesão”, o que vai pressupor um “realinhamento do quadro profissional e financeiro da União Europeia”, disse o primeiro-ministro.
“Interviremos nessa discussão para garantir a salvaguarda do interesse português”, afirmou Montenegro, defendendo que “tudo o que possa ser feito dentro do quadro atual, deve ser esgotado”, numa referência aos tratados europeus.
O líder do executivo não dramatizou a eventualidade de uma revisão dos tratados.
“Também nos empenharemos nisso. Não há de ser um bicho de sete cabeças que os 27 Estados-membros possam dar esse passo, desde que isso signifique o interesse de todos e em particular de Portugal”, referiu.
O primeiro-ministro deixou ainda um apelo à bancada do Chega, que nas próximas europeias de 09 de junho espera eleger pela primeira vez deputados ao Parlamento Europeu.
“Já agora, solicitar os seus bons ofícios dentro do Chega para, em sede da família europeia [Identidade e Democracia] com a qual está a interagir e em que se integra, a convencer parceiros como a senhora Le Pen, o senhor [Matteo] Salvini (número dois do governo italiano) ou a AfD alemã, para poderem ter o grau de empenho e interesse na Ucrânia, a salvaguarda dos princípios da democracia, da solidariedade e da paz que nós todos aqui temos nesta casa”, disse Montenegro, fortemente aplaudido pela sua bancada.
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