Luís Montenegro, em conferência de imprensa na sede nacional do partido, no final de reuniões com sindicatos e associações na área da educação, foi questionado sobre o acordo de incidência parlamentar assinado na Madeira e frisou que a autonomia das regiões autónomas está prevista na Constituição, no estatuto político-administrativo e até nos estatutos do partido.
“O líder nacional do PSD está totalmente confortável com uma solução que permite dar condições de governação na Madeira. Se algum dia a questão se vier a colocar no panorama das eleições legislativas, assumiremos as responsabilidades que tivermos de assumir”, disse.
Apesar de reforçar que este acordo foi celebrado entre o PSD-Madeira e o PAN, Montenegro defendeu que “não contende com nenhum valor e princípio do PSD”, nem com o apoio do partido aos agricultores, “ao mundo rural e aos seus valores”.
O líder do PSD recusou que este acordo signifique um queimar de pontes à direita e, questionado sobre o papel da IL, considerou que “a porta não está fechada” a esse partido na Madeira, depois de os liberais se mostrarem disponíveis para dialogarem “caso a caso, orçamento a orçamento”.
“A relação entre as duas forças políticas num contexto nacional não tem de ser a relação num contexto regional, as coisas são diferentes”, disse.
Montenegro disse estar a acompanhar “com toda a relação de proximidade” o evoluir do processo na Madeira e deixou uma convicção.
“Fiará muito claro que há condições para termos um Governo estável e de legislatura”, disse.
O líder do PSD foi ainda questionado sobre as declarações do antigo presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, que o classificou de “muito caloiro” nas reações aos resultados eleitorais.
“À beira do dr. Alberto João Jardim talvez, porque ele é veteraníssimo”, gracejou, dizendo estar convicto que o histórico líder madeirense o acompanha no propósito de transformar o país, ainda que possam não estar de acordo “em uma ou outra ocasião”.
A coligação Somos Madeira (PSD/CDS-PP) venceu no domingo as eleições legislativas regionais da Madeira, mas falhou por um deputado a maioria absoluta, para a qual é necessário ter 24 dos 47 lugares do parlamento do arquipélago.
A deputada eleita do PAN, Mónica Freitas, anunciou na terça-feira que assinou um acordo de incidência parlamentar de quatro anos com a coligação PSD/CDS-PP, viabilizando assim uma maioria absoluta no hemiciclo, o que foi confirmado, pouco depois, pelo presidente do PSD/Madeira e do Governo Regional, Miguel Albuquerque.
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