Santos Silva indicou que manteve encontros com o chefe da diplomacia europeia e ainda com o presidente da comissão de Negócios Estrangeiros do Parlamento Europeu, David McAllister, centrados na presidência portuguesa, que arrancará dentro de menos de quatro meses, em 01 de janeiro de 2021.
“Em relação à reunião com o Alto Representante Josep Borrell, evidentemente foi um momento formal, que era necessário, porque as instituições também precisam de formalismo, e portanto foi a primeira reunião formalmente tida entre o Alto Representante e a próxima presidência do Conselho, mas o enésimo encontro entre pessoas que se conhecem há vários anos e que são amigos”, disse o chefe da diplomacia portuguesa.
Santos Silva falava em conferência de imprensa no final da deslocação de dois dias a Bruxelas, também para contactos com a Comissão Europeia no quadro da preparação do Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal para a utilização dos fundos europeus para fazer face à crise da covid-19.
Os pontos abordados na reunião foram dois – indicou -, o primeiro dos quais “a questão da colaboração recíproca ao longo da presidência portuguesa do Conselho”, tendo em conta que, desde o Tratado de Lisboa, a política externa e de segurança é conduzida por um Alto Representante, e não pela presidência semestral rotativa.
“O que eu tinha a dizer ao Alto Representante é o que invariavelmente os ministros dos Negócios Estrangeiros das presidências rotativas dizem, que é: «bom, esta é a tua responsabilidade primeira, nós estamos aqui para ajudar, para realizar as tarefas que entendas que é útil realizar, etc»”, disse.
O outro ponto foi sobre as prioridades em matéria de politica externa da presidência portuguesa, que “são conhecidas”, casos da cimeira com a Índia prevista para maio no Porto, “muito importante para que Europa mantenha o seu olhar em relação a todas as direções do mundo”.
Outras prioridades, adiantou, são “a implementação dos acordos que se conseguirem realizar com África”, designadamente o acordo com os países de África, Caraíbas e Pacífico (o «pós-Cotonu») e as conclusões da cimeira UE-União Africana, e o reforço da relação da UE com a América Latina, o que também passará pela conclusão do acordo económico com Mercosul.
“As reuniões correram bastante bem. Indiquei ao presidente da comissão de Negócios Estrangeiros do PE a minha inteira disponibilidade para vir apresentar à comissão, no momento oportuno, as prioridades da presidência portuguesa”, concluiu.
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