Em Penafiel, a participar no III Encontro de investidores da Diáspora, Augusto Santos Silva disse que "é natural que a incerteza" que vive o Reino Unido quando ao resultado do ‘Brexit' seja um "dissuasor" para a emigração portuguesa.
"Desde já posso adiantar que em 2017 se verificou o mesmo fenómeno que em 2016 que foi uma redução significativa do número de pessoas que emigraram de Portugal para o Reino Unido", afirmou o governante, antecipando a apresentação do relatório sobre a emigração referente a 2017, marcada para segunda-feira.
"Independentemente desse facto, o Reino Unido continua a ser o destino principal da emigração portuguesa", salientou.
Segundo Augusto Santos Silva, "é natural que a incerteza que se vive no Reino Unido constituía um dissuasor daqueles que tinha como seu projeto profissional emigrar", disse, apontando um outro fator para aqueles números.
"Há também o efeito da diminuição global do numero de emigrantes, as pessoas estão a emigrar menos", referiu.
Quanto à situação dos portugueses a viver no Reino Unido, o titular da pasta dos Negócios Estrangeiros explicou que tudo depende da aprovação pelo parlamento britânico do acordo esgrimido entre o Reino Unido e a União Europeia.
"O ponto da situação ao meio dia e vinte deste dia é este: se o parlamento britânico aprovar o acordo de saída as coisas estão todas resolvidas no que diz respeito aos direitos dos cidadãos (…) que estão no Reino Unido como se estivessem noutro país da União Europeia", explanou.
Santos Silva lembrou ainda a posição do Governo português quanto ao processo de saída do Reino Unido da União Europeia, realçando que Portugal fez o que lhe competia.
"Portugal disse, (…) antes do referendo, que gostaríamos imenso que o RU permanecesse na família europeia. Logicamente que qualquer decisão do Reino Unido de não sair da família europeia, será uma excelente noticia para Portugal, mas isso é o Reino Unido que tem que decidir", respondeu, quando questionado sobre um novo referendo sobre o ‘Brexit'.
"Nós fizemos o nosso trabalho e estamos desde o dia 25 de novembro à espera que o Reino Unido faça o deles", concluiu.
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