“O Governo continua fortemente apostado na possibilidade do entendimento”, disse Manuel Pizarro em reposta a questões levantadas por deputados na discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), na véspera de mais uma reunião negocial com o Sindicato Independente dos Médicos e com a Federação Nacional dos Médicos.
O ministro reiterou que não vai fazer no parlamento o debate de negociação sindical, por considerar que deve ser feito entre o Governo e os sindicatos, ressalvando que “não é, naturalmente, por qualquer desconsideração em relação ao papel importantíssimo da Assembleia da República”.
Manuel Pizarro insistiu que o acordo com o conjunto de profissionais em geral, e com os médicos em particular, tem que “assentar num tripé”.
“Primeiro tem que melhorar a acessibilidade dos portugueses a cuidados de saúde, tem que garantir uma capacidade para organizar melhor o SNS, e terceiro, tem que valorizar os profissionais, neste caso os médicos, do ponto de vista das suas condições de trabalho e também das suas condições remuneratórias”, explicou.
A última reunião, no sábado, entre o Ministério da Saúde e os sindicatos dos médicos terminou sem acordo e as negociações serão retomadas na quarta-feira, com uma nova proposta da tutela em que os sindicatos esperam ver refletidas aproximações do Governo.
A reunião decorre numa altura em que o primeiro-ministro, António Costa, pediu a sua demissão ao Presidente da República, que a aceitou, após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.
O Presidente da República convocou para quarta-feira os partidos para uma ronda de audiências no Palácio de Belém, em Lisboa, e vai reunir o Conselho de Estado na quinta-feira.
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