Os trabalhos foram retomados em 13 de julho, depois do Governo ter classificado em novembro os grandes projetos de infraestruturas públicas como questões de “segurança nacional”.
Com a ordem, Andrés López Obrador quer proteger projetos de infraestruturas de possíveis recursos legais – o que atrasaria a construção -, e acelerar o processo de obtenção de licenças e autorizações.
O Train Maya “é um projeto de segurança nacional por causa dos caminhos-de-ferro”, apontou na segunda-feira Javier May, diretor do Fundo Nacional para o Desenvolvimento do Turismo (Fonatur), que está à frente do projeto de 1.500 quilómetros.
O governo decidiu retomar os trabalhos na secção que liga as zonas turísticas da Playa del Carmen e Tulum, disse May.
A construção do troço foi atrasada devido a alterações ao percurso e à descoberta de vestígios arqueológicos, de poços subterrâneos de água doce e de rios subaquáticos.
No final de maio, um juiz suspendeu o projeto após vários recursos de organizações não-governamentais, que acusaram a ligação de violar normas ambientais. O governo interpôs recurso contra a suspensão.
Na segunda-feira, as organizações Greenpeace e Save Me from the Train advertiram que o executivo de López Obrador estava a retomar os trabalhos ainda antes da decisão final do tribunal, defendendo que estes violam a lei e ameaçam os ecossistemas da Riviera Maya, conhecida zona turística do México.
López Obrador, por sua vez, rejeitou as acusações, dizendo que provêm de “pseudo-ambientalistas”, ligados a grupos de interesse e à oposição.
O Train Maya é um dos megaprojetos emblemáticos de Obrador, juntamente com o aeroporto Felipe Ángeles, inaugurado na Cidade do México, uma refinaria em Tabasco (sul) e a modernização de um corredor interoceânico.
A adjudicação do primeiro lote desta infraestrutura ferroviária foi concessionada ao conglomerado português Mota-Engil, em parceria com a China Communications Construction, num contrato de cerca de 636 milhões de euros, segundo um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) em abril de 2020.
“A Mota-Engil S.G.P.S., S.A. informa sobre a adjudicação à Mota-Engil México, numa parceria, liderada pela Mota-Engil com 58%, com a China Communications Construction Company, de um contrato para a construção do primeiro lote da nova infraestrutura ferroviária”, lia-se na nota.
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