Contactada pela Lusa, a administração do hospital diz que o Serviço de Urgência “mantém o normal funcionamento”, sublinhando que os chefes de equipa que se demitiram representam “cerca de metade do total”.
Diz ainda que está “em diálogo” com os chefes de equipa demissionários “por forma a chegar a um consenso célere entre todos os intervenientes”.
Em declarações à Lusa, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, manifestou solidariedade para com os demissionários, sublinhando que este é mais um “grito de alerta” para a “escassez” de profissionais e de meios que se regista “um pouco por todos os hospitais públicos do país”.
“Quando um especialista que trabalha 40 horas semanais recebe cerca de 1.800 euros líquidos de salário, e quando um especialista que trabalha 35 horas recebe 1.150 euros, é fácil compreender a fuga para o privado”, referiu.
Para Jorge Roque da Cunha, os privados “também oferecem outro tipo de equipamento”, o que acaba igualmente por funcionar como um “chamariz” para os médicos.
O resultado, acrescenta, é um número “insuficiente” de médicos no Serviço Nacional de Saúde e um “crescente” recurso a empresas de prestação de serviços.
“É fundamental atrair profissionais, não apenas através da correta remuneração, mas também oferecendo condições de trabalho e de progressão e diferenciação profissional. É fundamental tratar bem os médicos e evitar as rescisões que têm ocorrido”, refere um comunicado do SIM.
O sindicato exige que a ministra da Saúde “receba os sindicatos e negoceie uma grelha salarial”, uma negociação, acrescenta, “que o Governo se comprometeu por escrito a fazer, há oito anos”.
“Não adianta o Ministério da Saúde proclamar que tudo está bem, que há muito mais meios. A realidade prevalece em relação à propaganda”, diz ainda o sindicato.
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