“Quero manifestar a minha profunda indignação com o que está a acontecer nesta campanha eleitoral. Soube hoje que houve denúncias anónimas feitas ao Ministério Público, denúncias anónimas que foram também feitas chegar por mão de candidaturas adversárias a jornais que fizeram circular factos que são falsos”, disse o atual presidente da CML aos jornalistas, à margem de uma ação de campanha.
Medina quis deixar uma mensagem às candidaturas adversárias, não especificando quem fez a denúncia: “podem tentar, mas não vão conseguir porque nós não vamos desistir desta campanha e de fazer desta campanha aquilo que ela deve ser”.
Para o socialista, esta denúncia foi feita por quem “verdadeiramente não tem projetos para a cidade”.
Estes “factos ofendem a minha honra, a minha honorabilidade, e pretendem atingir o meu bom nome, e quero esclarecer de forma muito clara que essas alegações são totalmente falsas”, vincou.
Na opinião do cabeça de lista do PS, “todos os portugueses percebem que denúncias anónimas que surgem a três semanas de um ato eleitoral só têm um objetivo, que é atingir eleitoralmente uma pessoa”.
Por isso, admite avançar judicialmente.
Entretanto, foram disponibilizados na página da internet da sua candidatura vários documentos ligados a este caso.
Em resposta hoje enviada à agência Lusa, a PGR confirma que "a matéria relativa à compra do imóvel é referida numa denúncia anónima recebida na Procuradoria-Geral da República em finais de agosto" e que a participação foi remetida ao Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa "onde se encontra em investigação".
A notícia da compra do imóvel foi avançada pelo Observador, que revelou que Fernando Medina não declarou ao Tribunal Constitucional ser proprietário de um duplex no centro de Lisboa que adquiriu a 27 de setembro de 2016 por 645 mil euros, tendo apenas informado do pagamento de um sinal de compra de 220 mil euros.
Segundo a revista Sábado, a casa pertencia e foi vendida por um elemento da família Teixeira Duarte, que controla a construtora com o mesmo nome, à qual foram adjudicadas pela autarquia obras como a recuperação do Miradouro de São Pedro de Alcântara.
Questionado sobre este assunto, Fernando Medina descartou qualquer ligação, dizendo que “percebeu quem era a proprietária” do imóvel quando o adquiriu e que desconhece “quais as suas relações com o grupo”.
Esta associação “é de má-fé”, precisou, apontando que é o “maior interessado em esclarecer o assunto o mais rápido possível”, mas ainda não foi chamado a fazê-lo.
“Eu não comprei uma casa à Teixeira Duarte, eu comprei uma casa no prédio dos meus sogros”, advogou, apontando que as decisões relativas às obras do município ”foram tomadas sempre sustentadas em pareces técnicos” e avaliações.
Apontando que agiu de forma transparente, Medina afirmou hoje que “toda a negociação foi feita através de uma agência imobiliária, referindo que pagou “acima do preço que essa agência solicitou” e que recorreu a um crédito à habitação para o fazer.
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