Em conferência de imprensa, a presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro afirmou que a adoção destas medidas “vai permitir combater esta fase mais dura”, sem que seja necessária “uma rutura dos serviços de saúde”.
Os membros da saúde pública presentes na iniciativa destacaram que, no início do mês de outubro, a incidência de infeções pelo novo coronavírus naquele concelho do distrito do Porto era de 5,3 casos por 100 mil habitantes, situando-se neste momento nos 93,52 casos por 100 mil habitantes.
“Nenhum autarca quer tomar medidas destas, mas é fundamental achatar a curta da evolução da pandemia”, destacou Luísa Salgueiro, acrescentando que as decisões foram tomadas no âmbito da Comissão Municipal da Proteção Civil (CMPC).
A partir deste fim de semana, todos os estabelecimentos de comércio a retalho e de prestação de serviços, incluindo os que se encontram em conjuntos comerciais, são obrigados a encerrar às 21:00.
Os restaurantes passam a encerrar às 22:00, sendo, no entanto, permitida a permanência dos clientes no interior dos estabelecimentos até às 23:00.
Nas ruas, haverá um reforço de policiamento para o cumprimento das medidas e será obrigatório o controlo do número de pessoas no interior de todos os estabelecimentos.
A autarquia decidiu ainda reduzir para metade o número de feirantes e vendedores de produtos não essenciais nas feiras, sendo que os mesmos serão “alternados a cada semana”.
O CMPC definiu também lotações específicas para os cemitérios com base nos espaços de circulação – medida só entra em vigor no próximo fim de semana — bem como o reforço do cumprimento das medidas de prevenção em locais de culto e religiosos.
Além disso, estão suspensas as reuniões presenciais dos órgãos autárquicos municipais e as atividades culturais e recreativas de âmbito municipal.
A autarquia vai ainda recomendar a todas as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPPS) que sejam suspensas as visitas aos lares e que estas instituições, bem como as que tem internamento, adotem “métodos de trabalho em espelho”.
Também aos jardins-de-infância e creches é recomendado que adotem modelos de “bolha”, isto é, que cada funcionário e educador seja “exclusivo” por turma.
Na sessão, Jaime Batista e Diogo Almeida, membros da saúde pública, afirmaram existir “transmissão [da doença] na comunidade”, algo “difícil de controlar e de identificar”.
Segundo os responsáveis, neste momento 3.154 pessoas estão em vigilância, sendo que as gerações mais novas são as mais “afetadas”.
Na conferência esteve ainda presente o presidente do concelho administrativo do hospital Pedro Hispano, António Taveira Gomes, que afirmou que, neste momento, aquela unidade hospitalar tem 62 doentes internados, dos quais 43 em enfermaria, seis em cuidados intermédios e 13 em unidades de cuidados intensivos.
Segundo o responsável, a unidade de saúde “poderá expandir” até aos 74 doentes em enfermaria, 25 doentes em cuidados intermédios e 21 em unidades de cuidados intensivos.
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