Em comunicado enviado à agência Lusa, a Marinha afirma que decidiu "alargar a área de busca, em função dos modelos de deriva que estão a ser calculados pelo Instituto Hidrográfico".
Na nota, a Marinha adianta que o navio de investigação científica Almirante Gago Coutinho "mantém o esforço de busca numa área extensa do fundo, na tentativa de localizar a embarcação de pesca com recurso a um equipamento sonar de varrimento lateral de grande precisão", trabalhos que começaram na tarde de quinta-feira e que vão continuar.
O navio hidrográfico tem recolhido imagens do fundo do mar "em torno da última posição conhecida da embarcação e da posição do alerta recebido via satélite através da rádio-baliza de emergência", tendo detetado nas proximidades diversos rastos de artes de pesca de arrasto bem como um destroço "já muito antigo" com cerca de 30 metros de comprimento e sete de largura, mas ainda sem sinais da embarcação naufragada.
Os meios técnicos e humanos a bordo do Gago Coutinho têm ainda como missão, no local onde se suspeita ter ocorrido o naufrágio, a tentativa de determinar eventuais causas que possam ter estado na origem do acidente.
No comunicado, a Marinha adianta que as buscas de superfície também se mantêm, a cargo da corveta João Roby, uma embarcação salva-vidas da da Nazaré e uma aeronave de vigilância marítima (P3-C) da Força Aérea Portuguesa, num total de 125 operacionais empenhados nas operações de busca.
Caso a embarcação seja detetada no fundo do mar, será posteriormente utilizado um veículo subaquático operado remotamente (denominado ROV) que permite a observação e recolha de imagens (vídeo e fotografia).
Os dados que venham a ser recolhidos pelo ROV permitirão, por um lado, aferir as condições da embarcação naufragada e, por outro, juntar informação ao inquérito em curso na Capitania do Porto da Figueira da Foz "na tentativa de apurar o que esteve na origem deste afundamento, aparentemente repentino".
"A utilização do ROV permitirá a operação a maiores profundidades e durante um período mais prolongado do que seria conseguido com recurso a mergulhadores", assinala.
Em declarações anteriores à Lusa, o porta-voz da Marinha Pedro Coelho Dias disse que no local do alerta automático a profundidade situa-se em cerca de 70 metros - o equivalente à altura de um prédio de 25 andares - o que contribui para a dificuldade dos trabalhos de busca.
A bordo do navio hidrográfico segue uma equipa de 10 mergulhadores da Marinha com capacidade de realizar operações de mergulho a grande profundidade, até ao máximo de 81 metros, que terão como prioridade recuperar o pescador que se encontra ainda desaparecido e que poderá estar no interior da embarcação.
O terceiro dia de buscas da embarcação de pesca naufragada quarta-feira ao largo da Figueira da Foz decorreu hoje com melhores condições de mar mas ainda sem resultados.
Aquando do naufrágio, ocorrido na madrugada de quarta-feira, estavam a bordo quatro pessoas, sendo que as autoridades já recuperaram três corpos.
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