Por: Inês Lima da agência Lusa em Angola
"Estamos condenados a sermos irmãos. E mais vale assumirmos que o somos e dessa inspiradora inevitabilidade retirarmos todos os proveitos para os nossos povos, do que teimarmos em negar uma realidade irremovível. Sim, porque essa fraternidade nunca desaparecerá", acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa falava perante o Presidente angolano, João Lourenço, e os deputados da Assembleia Nacional de Angola, numa sessão solene em que, na parte final da sua intervenção, descreveu as relações luso-angolanas como uma "fraternidade que não se escolhe" e que "nunca desaparecerá".
Segundo o chefe de Estado português, "é mais do que a amizade, é mais do que a cumplicidade nas horas más e nas horas boas, é mais do que a parceira económica financeira social e política, é mais do que a partilha linguística ou cultural".
"Fraternidade que persiste para além de todos os agravos e as injustiças do passado, como para além de todos os gestos gratificantes desse passado. Fraternidade que nos une, apesar da distância, apesar dos desencontros pessoais ou comunitários, apesar das diversidades de visões e de interesses", prosseguiu.
O Presidente português, que hoje iniciou uma visita de Estado de quatro dias a Angola, considerou que os dois países estão unidos por "um mundo mais justo, mais pacífico, mais dialogante, mais respeitador dos direitos humanos, mais multilateral, mais atento às alterações climáticas e à justiça entre gerações".
Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que Portugal vê em Angola "um só povo e uma só nação, uma potência a emergir, um caminho na vivência democrática e no combate pela justiça e a transparência, um peso geoestratégico regional, continental e universal".
"Aqui vos deixo, emocionado, a voz de Portugal, a voz do povo português, saudando o promissor futuro que vos espera, que vos interpela, que nos espera, que nos interpela, o futuro partilhado de Angola e Portugal. Viva Portugal, viva Angola", concluiu.
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