“Tenho acompanhado a campanha, não me pronuncio, tenho estado rigorosamente silencioso, como devo estar, mas tenho apreciado a campanha, tenho apreciado o nível dos debates, muito serenos, mesmo quando veementes e demonstrando quando as suas opiniões são muito diversas, com uma civilidade, com uma urbanidade, com um respeito entre os representantes das várias forças políticas”, elogiou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República considerou ainda que os debates têm tido “uma preocupação de esclarecer, tocando todos os pontos”, acrescentando que “não há praticamente nenhum domínio que não tenha sido tratado: político, económico, social, educativo e mesmo cultural”.
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas à saída de um espetáculo de dança da Companhia Paulo Ribeiro, “Last”, no Teatro Viriato em Viseu, a quem atribuiu o título de membro honorário da Ordem de Mérito, a propósito do 20º aniversário que assinala este ano.
“Como é uma pré-campanha muito longa, ainda haverá a campanha eleitoral, isto dá aos portugueses uma oportunidade, com tantas possibilidades de escolha, para mostrarem que estão empenhados e que querem votar e, nesse sentido, a abstenção ser claramente inferior àquela que foi a abstenção nas eleições europeias. Espero que haja aqui um grau de participação superior à participação nas eleições de maio”, disse.
Questionado sobre o veto à alteração da lei relativa à procriação medicamente assistida, em consequência de o Tribunal Constitucional (TC) ter declarado inconstitucional duas normas do diploma, Marcelo Rebelo de Sousa justificou que “quando o TC considera que há inconstitucionalidade o Presidente veta, é o chamado veto por inconstitucionalidade”.
“Este veto é uma consequência de o TC ter entendido que as minhas dúvidas tinham razão de ser e, portanto, eu devolvi à Assembleia da República para na próxima legislatura, se o quiser, e provavelmente quer, reponderar, reapreciar, e ajustar a lei àquilo que é a posição do TC”, explicou.
Sobre outros temas da atualidade, como a demissão do secretário de Estado da Proteção Civil, no âmbito de uma investigação ao projeto “Aldeias Seguras”, o Presidente da República diz que “não se pronuncia” e que se limitou a “aceitar o pedido de demissão de um membro do Governo sob a proposta do senhor Primeiro Ministro”.
Antes de se dirigir para o Teatro Viriato, Marcelo Rebelo de Sousa jantou na Praça da República em Viseu onde está, até domingo, um restaurante a céu aberto com a presença de vários “chefs”, entre eles quatro com estrelas Michelin, dentro da iniciativa da Festa das Vindimas.
Aos jornalistas, o Presidente da República admitiu que não se lembra do que comeu, uma vez que provou cinco pratos de doces e cinco de salgados, porque havia cinco “chefs” na iniciativa e não se pronunciou diretamente sobre se concorda com a posição da Universidade de Coimbra que retirou a carne de vaca das ementas das cantinas universitárias.
“Com a idade come-se cada vez menos carne, mas eu tenciono continuar a comer carne, nomeadamente carne de vaca, isso tenciono”, assumiu Marcelo Rebelo de Sousa que marca presença esta sexta-feira em Lamego, no Centro de Tropas de Operações Especiais e, ao final do dia, em Vila Real, na sessão solene de entrega do prémio D. Diniz 2019.
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