"Como é evidente, e como eu lembrei, há eleições nos Estados Unidos e depois haverá eleições em Portugal, ambas presidenciais. Veremos quem é chefe de Estado para o ano, quem recebe quem", declarou o Presidente da República aos jornalistas, no Chiado, em Lisboa.
Sobre a sua conversa com Donald Trump, que lhe ligou na sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "o Presidente norte-americano, no fundo, queria cumprimentar Portugal e os portugueses pelo sucesso no combate à pandemia, perceber por que é que estava a correr assim em Portugal, para comparar com a situação norte-americano", e também "testemunhar o seu apreço pela comunidade luso-americana".
"E, em tempo oportuno, mas tempo oportuno é só depois, obviamente, das eleições presidenciais, quem quer que seja Presidente dos Estados Unidos, gostaria de haver uma visita a Portugal, que ficou adiada", acrescentou.
O Presidente da República, que se deslocou ao Chiado para comprar livros, num gesto simbólico, no dia de reabertura das livrarias, referiu, a propósito dos seus contactos internacionais, que hoje falou com o Presidente da Irlanda Higgins.
"E sei que o rei de Marrocos também quer falar comigo", adiantou.
As eleições presidenciais nos Estados Unidos da América, em que Donald Trump procura a reeleição, estão previstas para novembro e a posse do novo Presidente norte-americano para 20 de janeiro de 2021.
Em Portugal, as presidenciais deverão realizar-se em janeiro e a posse do Presidente da República no dia 09 de março de 2021. Marcelo Rebelo de Sousa tem remetido para novembro o anúncio da sua decisão sobre uma eventual recandidatura.
Ainda à saída desta livraria o Presidente contou que agora usa sempre máscara quando sai à rua, exceto no carro.
Saudado à distância por algumas pessoas, a quem também acenou, o chefe de Estado fez questão de assinalar que decidiu passar a andar sempre de máscara com o fim do estado de emergência, às 23:59 de sábado, e o início da situação de calamidade.
"Eu agora ando com máscara, mesmo na rua, desde o momento em que começou esta abertura, exceto no carro", afirmou.
Mais à frente, repetiria a mensagem: "Desde o início, usava máscara para entrar em sítios fechados, e agora decidi, a partir desta altura em que se multiplicam os contactos de rua, passar a usar a máscara também na rua, e as luvas dentro dos sítios onde faço compras e toco nas coisas".
A partir de domingo, dia em que começou a vigorar a situação de calamidade, o Governo estabeleceu que "é obrigatório o uso de máscaras ou viseiras para o acesso ou permanência nos espaços e estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, nos serviços e edifícios de atendimento ao público e nos estabelecimentos de ensino e creches pelos funcionários docentes e não docentes e pelos alunos maiores de seis anos" e também "na utilização de transportes coletivos de passageiros".
Questionado sobre a possibilidade não afastada pelo primeiro-ministro, António Costa, de se ter de dar "um passo atrás" no processo de desconfinamento, o Presidente da República também não a excluiu.
"O ideal era que nós fossemos dando os passos, estamos a trabalhar nisso. E há uma grande colaboração. O Governo é que lidera o processo, mas o Presidente da República também colabora nisso, e os partidos colaboram nisso. E a ideia é evitar recuos - mas se tiver de ser, tem de ser", considerou.
Quanto ao seu papel nesta nova fase, depois de ter decretado o estado de emergência por três períodos de 15 dias, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que "a resolução do Governo avança para o estado de calamidade, mas depois há muitas matérias que têm de ir à Assembleia da República ou já tiveram de vir ao Presidente".
Sobre a reabertura de estabelecimentos e atividades, o chefe de Estado reiterou que "o ideal era dar os pequenos passos sem haver recuos", mas salientou que "só se vai ver o efeito das aberturas de maio em junho".
"Portanto, demora duas, três semanas até se ter a noção. E a primeira grande abertura é a partir de 18, portanto, só no final de maio, princípios de junho é que se tem a noção dos números", referiu.
O Presidente da República adiantou que "depois há outro momento de abertura, que é no 01 de junho, em que quem está no teletrabalho vai trabalhar".
"Temos de fazer isso tudo de uma forma a conseguir o que conseguimos até agora, que é não stressar o sistema de saúde e ter sucesso como temos ido", defendeu.
A pandemia de covid-19, doença provocada por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China, já causou a morte de 1.063 pessoas em Portugal, num total de 25.524 confirmadas como infetadas, de acordo com a DGS.
(Notícia atualizada às 17:43)
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