“O Presidente da República falou há instantes com o Presidente Trump, recordando o bom relacionamento histórico entre os dois países, que é uma garantia da continuação de uma cooperação útil no futuro”, informou fonte da Presidência da República à Lusa.
Segundo a mesma fonte, foi “uma conversa de cerca de 12 minutos”, durante a qual, entre outros temas, “falaram da base das Lajes”, nos Açores, e Marcelo Rebelo de Sousa lembrou “que Portugal foi o primeiro país a reconhecer a independência dos Estados Unidos da América”.
Robert Sherman, embaixador dos EUA em Portugal, terá contribuído para que este telefonema tivesse ocorrido. Sherman irá deixar Portugal no próximo dia 20 de janeiro, na mesma data em que terá lugar a tomada de posse de Donald Trump.
O Governo português tem insistido, junto dos Estados Unidos, sobre a "importância estratégica" da base das Lajes, nos Açores, e que a redução do contingente militar apontado pela administração norte-americana "é excessiva".
Há razões que justificam que os Estados Unidos compreendam melhor a importância estratégica das Lajes como base militar para a sua força aérea e que a redução de contingente que querem concretizar é excessiva", referiu Augusto Santos Silva no passado dia 1 de dezembro.
Donald Trump venceu as eleições presidenciais norte-americanas de 8 de novembro, que disputou como candidato republicano, contra a democrata Hillary Clinton.
No dia seguinte a essas eleições, 9 de novembro, Marcelo Rebelo de Sousa disse esperar que o próximo Presidente dos Estados Unidos “dê continuidade a uma grande história e a uma grande democracia", e também à “magnífica amizade” com Portugal, tendo em devida consideração o peso da comunidade lusodescendente.
"Foi isto que eu exprimi ao Presidente eleito na mensagem que lhe enviei cedinho esta manhã", declarou o chefe de Estado aos jornalistas, à margem de uma cerimónia, em Lisboa.
No dia 7 de dezembro, o Presidente da República voltou a falar deste tema, numa conferência intitulada "Portugal e os Estados Unidos da América: Parceiros num Mundo em Mudança", em Lisboa.
Nessa ocasião, na presença do embaixador norte-americano em Lisboa, destacou a importância dos Açores como "primeira porta para a Europa", afirmando que "a geografia não muda", e defendeu um reforço da relação entre Portugal e os Estados Unidos.
"Vale a pena notar que, qualquer que seja o rumo que o mundo leve, a geografia não muda. O Oceano Atlântico vai continuar a ligar os EUA à Europa e os Açores serão sempre a primeira porta para a Europa no Atlântico Norte", declarou.
O chefe de Estado salientou que "Portugal foi um dos primeiros estados europeus a reconhecer a independência dos Estados Unidos" e referiu-se aos dois países como "parceiros e aliados que nunca, mas nunca, devem esquecer que o são, seja em tempos de maior paz e calma, seja em tempos de desafios maiores".
(Notícia atualizada às 15h45)
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