Em julho, Jair Bolsonaro cancelou um almoço para o qual tinha convidado Marcelo Rebelo de Sousa, em Brasília, decisão que tornou pública pela comunicação social e justificou com o facto de o Presidente português se reunir antes em São Paulo com o antigo chefe de Estado brasileiro Lula da Silva.
De acordo com o programa da deslocação de Marcelo Rebelo de Sousa ao Brasil, que hoje se inicia, os dois chefes de Estado terão um curto encontro bilateral pelas 18:30 locais (22:30 em Lisboa), no Palácio Itamaraty, com duração prevista de quinze minutos.
Segundo a Presidência da República Portuguesa, Jair Bolsonaro irá receber no mesmo formato os outros chefes de Estado de países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) presentes em Brasília.
As comemorações do bicentenário da independência do Brasil acontecem quando está em curso a campanha oficial para as eleições presidenciais brasileiras de 02 de outubro, com uma eventual segunda volta em 30 de outubro, às quais são candidatos, entre outros, Jair Bolsonaro e Lula da Silva.
Augusto Santos Silva, a segunda figura do Estado português, estará igualmente em Brasília para as comemorações do bicentenário da independência do Brasil, a convite do presidente do Senado Federal brasileiro, Rodrigo Pacheco.
Marcelo Rebelo de Sousa, que viaja hoje de manhã de Lisboa para Brasília, ficará no Brasil até sexta-feira, com passagem também pelo Rio de Janeiro.
O Presidente da República esteve no Brasil há dois meses, entre 02 e 04 de julho, para assinalar o centenário da primeira travessia aérea do Atlântico Sul, no Rio de Janeiro, e para a inauguração da Bienal do Livro de São Paulo, que teve Portugal como país homenageado.
O programa dessa visita iria terminar em Brasília, com um almoço com o Presidente do Brasil, que foi cancelado por Jair Bolsonaro.
Face à atitude do seu homólogo, Marcelo Rebelo de Sousa começou por manter o seu programa, aguardando uma comunicação por escrito, e depois desistiu de ir a Brasília, mas sempre desdramatizando este episódio e o seu impacto nas relações bilaterais.
Ao mesmo tempo, deu como certo o seu regresso ao Brasil em setembro para as comemorações do bicentenário da independência: ”O Senado já me convidou para eu ser o orador convidado. Mas vem comigo o presidente do parlamento português [Augusto Santos Silva], e virá comigo o Governo, para mostrar que os órgãos de soberania todos cá estarão nesse momento fundamental”, declarou na altura.
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