“Nós não fechamos os olhos à verdade. Podíamos fechar os olhos à verdade, dizendo que já chega de testes, que não vale a pena verificar mais, que o que aparecer como sintomático aparece e o que não aparecer não vamos à procura. A nossa orientação deve ser oposta, mesmo que tenha custos em termos internacionais”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, que falava aos jornalistas em Coimbra.
O Presidente da República defendeu a tese de que Portugal, ao ter optado por “testes massivos” em determinados setores onde apareceram casos sintomáticos de covid-19, passou a “conhecer a realidade dos assintomáticos, muitos deles jovens, que não tinham sinais de covid-19″.
Segundo o chefe de Estado, esses testes permitiram “revelar de forma mais clara muitos casos positivos, assintomáticos”, o que depois terá pesado “nas decisões de outros países [relativamente às medidas impostas na circulação], olhando apenas para o número dos casos positivos”.
A ideia de que o aumento de casos na Grande Lisboa se devia ao aumento de testes já tinha sido partilhada pelo primeiro-ministro, António Costa, no final de junho, tese essa que foi contestada por epidemiologistas ouvidos pelo Expresso, que contrariam a ideia de que o número de testes explica a subida do número de infetados detetados.
“Nós temos a política da verdade – não estou a dizer que outros não a tenham, mas nós temo-la de uma forma radical”, salientou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República referiu ainda que Portugal, no que toca à abertura de fronteiras, optou por uma orientação de “não estabelecer, em princípio barreiras a países, a não ser que haja situações verdadeiramente excecionais”, vincando que não haverá retaliações a Estados que tomem medidas mais restritivas.
Em declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa vincou ainda que é seguro fazer turismo em Portugal, salientando que já esteve no Algarve, no Porto e na Madeira, onde as situações são de evolução positiva em relação à pandemia e, mesmo em relação a Lisboa, continua a fazer a sua “vida normal”.
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