"Os números desta manhã mostram que 131.724 pessoas fizeram a viagem pelo Mediterrâneo em janeiro e fevereiro. Destas, 122.637 chegaram à Grécia", declarou em Genebra um porta-voz do ACNUR.
O número global supera o dos cinco primeiros meses de 2015. Além disso, 410 pessoas perderam a vida nas águas do Mediterrâneo nos dois primeiros meses de 2016.
O ACNUR observa que as chegadas de migrantes à Europa diminuíram no inverno, embora "se mantenham num nível relativamente alto".
Na Grécia, existem, neste momento, 24 mil migrantes e refugiados que precisam de alojamento. Entre estes, 8.500 encontram-se em Idomeni, junto à fronteira com a Macedônia. Pelo menos, 1500 pessoas dormiram ao relento na noite passada, acrescentou o porta-voz.
A situação está muito tensa em Idomeni. A polícia lançou, esta segunda-feira, gás lacrimogéneo contra refugiados que forçavam a barreira erguida na fronteira.
"A Grécia não pode gerir sozinha esta situação", concluiu o ACNUR, pedindo a aplicação do plano de distribuição de migrantes na Europa, aprovado em 2015.
Em setembro do ano passado, a União Europeia aprovou um plano de distribuição de 120 mil refugiados durante dois anos e de forma voluntária. Desde então, vários estados-membro têm imposto restrições nas fronteiras e a Hungria anunciou que vai realizar um referendo sobre as quotas de distribuição dos refugiados.
Já o governo português mostrou-se disponível para receber mais sírios. "A nossa disponibilidade é total. O nosso primeiro-ministro propôs que a quota atribuída a Portugal, entre 4000 e 5000 refugiados, fosse duplicada", afirmou ontem o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
Entretanto, um grupo de 37 refugiados, composto maioritariamente por pessoas oriundas da Eritreia, chega esta semana a Portugal.
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