Apesar de ser um animal plenamente saudável, o leopardo preto deve a sua raridade a uma condição de saúde chamada melanismo, o oposto de albinismo, o que torna o seu pelo negro.
Normalmente, estes animais não são assim tão incomuns - as panteras negras são exemplares desta condição, podendo ser leopardos ou jaguares.
Contudo, nesta região, o leopardo preto tem um estatuto quase lendário pelo quão difícil é ser observado, já que é noctívago, fazendo dele o mais furtivo e letal do predadores, por se ocultar totalmente na penumbra.
A tarefa de tirar uma fotografia a este animal é de tal forma árdua que apenas foi possível através câmaras ocultas, armadas com sensores de movimento. O responsável pelo feito é Will Burrard-Lucas, que se dirigiu ao parque Laikipia Wilderness Camp, no Quénia, depois de ouvir relatos de avistamentos.
Depois de várias tentativas sem sucesso a tentar apanhar o leopardo preto numa imagem, o fotógrafo foi surpreendido ao descobrir os seus engenhos tinham captado o animal em toda a sua felina glória. "À medida que foi passando pelas imagens no visor da câmara, parei e olhei para a fotografia seguinte com incompreensão... um par de olhos cercado por escuridão pintada... um leopardo preto! Não consegui acreditar nisso e demorei vários dias a aceitar que tinha cumprido o meu sonho", escreveu o britânico no seu blog.
Encorajado, Burrard-Lucas voltou a colocar as câmaras armadilhadas nos dias seguintes e conseguiu tirar várias fotografias. "Tanto quanto sei, estas são as primeiras fotografias de alta qualidade de sempre tiradas por câmaras armadilhadas de um leopardo melanístico em estado selvagem em África", defende o fotógrafo.
A busca pelo leopardo preto foi documentada em vídeo por Burrard-Lucas.
A confirmação científica do feito foi executada por Nicholas Pilford, membro do instituto de conservação do Jardim Zoológico de San Diego, num artigo no African Journal of Ecology. No texto, o investigador aponta para vários relatos de leopardo preto no continente africano ao longo de mais de uma década, mas a última vez que alguém tinha sido capaz de fotografar um foi em 1909, perto de Addis Ababa, na Etiópia.
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