Além dos que fugiram para outros países, a ONU disse que a guerra provocou cerca de dois milhões de deslocados internos, ou seja, pessoas que fugiram do local de residência habitual, mas que permanecem na Ucrânia.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
Cerca das 11:00 em Lisboa, o ‘site’ do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) assinalava 3.270.662 refugiados.
Este número corresponde a 100.765 pessoas a mais do que a contagem à mesma hora de quinta-feira, segundo a agência francesa AFP.
Entre as pessoas que fugiram da Ucrânia, cerca de 162.000 são nacionais de países terceiros, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
A Europa não enfrentava um fluxo tão rápido de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), de acordo com as Nações Unidas.
Depois da Polónia, com cerca de dois milhões de refugiados, a Roménia recebeu meio milhão de pessoas, a Moldova mais de 355.000, a Hungria quase 283.000 e a Eslováquia perto de 235.00.
O ACNUR contabilizou ainda cerca de 185.000 pessoas que procuraram refúgio na Rússia a partir dos territórios separatistas pró-russos de Donetsk e Lugansk, e mais de 2.000 pessoas na Bielorrússia.
Segundo o ACNUR, no caso dos países limítrofes da Ucrânia que fazem parte do espaço Schengen (Hungria, Polónia e Eslováquia), os números referem-se a pessoas que atravessaram a fronteira e entraram no país, estimando-se que “um grande número de pessoas continuou a deslocar-se” para outros destinos.
Além disso, a organização não conta pessoas de países vizinhos que deixam a Ucrânia para regressar a casa.
As primeiras estimativas da ONU apontavam para quatro milhões de pessoas que tentariam fugir da Ucrânia devido à guerra desencadeada pela Rússia.
A Ucrânia é o segundo maior país da Europa em área. Antes da atual guerra, viviam mais de 37 milhões de pessoas nos territórios da Ucrânia controlados pelas autoridades de Kiev, o que exclui a Crimeia (sul), anexada pela Rússia em 2014, e áreas do leste controladas pelos separatistas pró-russos.
O porta-voz do Programa Alimentar Mundial (PAM), Jakob Kern, disse que há agora uma “corrida contra o tempo” para repôr os stocks de alimentos na Ucrânia, que era um dos maiores produtores agrícolas do mundo.
“É o mesmo sistema que vimos em 2016 na Síria, táticas medievais de sitiar, de passar fome no interior”, disse Kern ao jornal britânico The Guardian, citado pela AFP.
Além de milhões de pessoas em fuga, a guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 23.º dia, provocou um número ainda por determinar de baixas civis e militares.
Entre os civis, a agência da ONU para os direitos humanos confirmou a morte de 780 pessoas até quarta-feira, incluindo 58 crianças.
No entanto, a mesma agência especializada da ONU tem alertado nos seus relatórios diários que os números reais “são consideravelmente mais elevados”.
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