"Talvez a nossa posição não seja relevante para a senhora Ana Gomes, em virtude da sua fibra emocional e ética, que não a permite abalar-se frente a luta pela verdade e justiça social. Mas temos a obrigação moral de estar ao lado dela por duas razões essenciais: a sua longa luta por uma Angola democrática, e o seu exemplo de integridade", lê-se numa carta aberta, enviada à agência Lusa.
A ex-eurodeputada Ana Gomes defendeu na quinta-feira, durante as alegações finais de um processo cível interposto pela empresária angolana no tribunal de Sintra a propósito de 'tweets' publicados em outubro pela ex-eurodeputada, que a queixa de Isabel dos Santos é uma tentativa sinistra de a silenciar, enquanto o advogado da empresária considerou que chamar criminosas às pessoas excede a liberdade de expressão.
"À semelhança da posição da senhora Ana Gomes, nós também partilhamos o consenso de que a origem da riqueza que a senhora Isabel dos Santos possui é resultante do favorecimento, fundado sob uma economia extrativa e desumana, da qual o pai foi arquiteto e a filha uma das principais beneficiárias", lê-se nesta tomada de posição assinada por 33 cidadãos angolanos.
"Por estas e outras razões, Isabel tem de justificar a origem da riqueza que tem", conclui o texto.
Entre os signatários da carta enviada à Lusa, cujo primeiro subscritor é o pastor Elias Isaac, estão Domingos da Cruz, um dos acusados de tentativa de subversão do Estado, e que foram depois indultados, entre líderes de várias organizações da sociedade civil, jornalistas, professores universitários e estudantes.
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