
“Decidimos reforçar a nossa cooperação para aumentar a resistência da Moldova contra a ingerência estrangeira”, declarou o Presidente francês por ocasião da assinatura de um acordo bilateral neste domínio no Palácio do Eliseu, em Paris.
Para Maia Sandu, a partir de hoje ambos os países comprometem-se “a unir forças na luta contra a desinformação, porque no mundo de hoje, a verdade é tão vital como a segurança”.
A Moldova “aprendeu em primeira mão que a Rússia não cumpre as suas promessas”, disse a Presidente moldova, acusando Moscovo de conduzir um “imperialismo moderno” e corroborando as acusações recorrentes de Emmanuel Macron à Rússia.
A Presidente advertiu que Moscovo vê a Moldova como “uma plataforma de lançamento para novas agressões” e associou “a segurança da Ucrânia à segurança da Moldova”, acrescentando que a paz no país “é também a paz na Europa”.
“A paz não é capitulação, não é um simples cessar-fogo, requer garantias sólidas, todos nós precisamos delas, nós e a Europa”, referiu Sandu.
O Viginum, organismo francês responsável pela luta contra a ingerência digital estrangeira, vai consolidar a sua cooperação com o centro de comunicação estratégica moldovo, nomeadamente na “proteção dos processos eleitorais”, segundo o Eliseu.
Maia Sandu foi reeleita no outono, numa eleição presidencial assombrada por suspeitas de interferência russa, um alívio para a União Europeia (UE), que abriu oficialmente em junho as negociações de adesão com a pequena república ex-soviética de 2,6 milhões de habitantes.
Na altura, Macron congratulou-se com o facto de a “democracia” ter “triunfado sobre todas as interferências e todas as manobras” no país.
Nos últimos dias, alertando para a “ameaça russa” que já “afeta” a Europa, o chefe de Estado francês acusou Moscovo de “manipular as eleições na Roménia e na Moldova”.
Se o Presidente russo, Vladimir Putin, que invadiu a Ucrânia em 2022, não for travado, “avançará sem dúvida para a Moldova e talvez para a Roménia”, avisou também no início de março Macron, durante um discurso aos franceses.
Na segunda-feira, o Presidente francês elogiou a “coragem” de Sandu à frente de um país que, nos últimos três anos, “tem suportado todo o peso das consequências humanas e económicas da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia” e “cujo espaço aéreo é regularmente violado por drones e mísseis russos”.
Macron reafirmou o seu “apoio inabalável à independência, soberania e integridade territorial da República da Moldova, dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas”.
Além disso, o Presidente francês prometeu continuar a apoiar “infalivelmente” a atual Presidente moldova na sua ambição de concretizar as “aspirações europeias” do seu país.
Embora a política moldova se tenha orientado para os países ocidentais desde que Maia Sandu chegou ao poder em 2020, a Rússia continua a manter mais de mil soldados na Transnístria, região separatista, e tenta manter a sua influência na área.
MYCO // ACC
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