Ho Iat Seng iniciou na sexta-feira a visita a várias cidades que integram a Grande Baía, o projeto de Pequim de criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, com cerca de 70 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 1,2 biliões de euros, semelhante ao PIB da Austrália, da Indonésia e do México, países que integram o G20.
No momento em que, “para além dos trabalhos de prevenção da pandemia ainda se promove proativamente a recuperação do turismo”, Macau necessita “de acelerar o crescimento das indústrias da saúde, do setor financeiro moderno e da tecnologia”, pode ler-se num comunicado das autoridades, no qual se cita o chefe do executivo.
A última paragem, em Huizhou, é exemplo disso mesmo, segundo uma nota divulgada hoje: as duas cidades “podem complementar as suas vantagens e aprofundar a cooperação nesta área transformando, em conjunto, os resultados laboratoriais em produtos para serem lançados no mercado”.
“Macau tem uma elevada capacidade de estudo e investigação, apesar (…) da falta de empresas de produção”, o que podia ser complementado com uma cooperação bilateral que aproveitasse o potencial de fabricação em Huizhou, em áreas como medicina tradicional chinesa, tecnologias de microeletrónica e engenharia aeroespacial, exemplificou o Governo de Macau.
Antes, em Zhongshan, os responsáveis daquela cidade chinesa apontaram os benefícios que poderiam advir com o reforço da cooperação na indústria e no setor biofarmacêutico.
Já em Jiangmen, o chefe do Governo de Macau destacou o potencial na coordenação de esforços no turismo cultural, mas a “finança moderna, empreendedorismo jovem e da construção, nomeadamente de ligações para uma articulação dos transportes ferroviários”, não foram esquecidas pelos líderes locais.
Ho Iat Seng já afirmara em Zhaoqing a vontade de “reforçar a cooperação no que concerne aos produtos agrícolas” e, antes, em Foshan, de potenciarem em conjunto “o desenvolvimento da ciência e tecnologia e a promoção de comércio e atração de investimento”.
Em Dongguan, uma das primeiras etapas da visita que teve início na sexta-feira, Ho Iat Seng destacou “o mercado importante na procura de inovação e tecnologias” e o “forte suporte na área da fabricação e na cadeia de produção” naquela região, “o que permite um espaço ainda maior de cooperação com Macau”.
O chefe do Governo de Macau tinha até hoje visitas agendadas às cidades chinesas de Zhongshan, Jiangmen, Zhaoqing, Foshan, Cantão, Dongguan, Huizhou e Shenzhen com o objetivo de “dar continuidade à boa cooperação, como forma de acelerar a concretização das metas estabelecidas nas Linhas Gerais do Planeamento para o Desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”.
Além de Ho Iat Seng, a delegação de Macau integrou altos cargos do executivo, como o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, a chefe do gabinete do líder do Governo, Hoi Lai Fong, e a diretora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes.
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