O eclipse começa, na fase parcial, pouco depois das 03:30 (hora de Lisboa), quando a Lua começa a esconder-se na sombra que a Terra projeta no espaço, e termina às 06:51, quando a Lua fica totalmente destapada.
A Lua fica totalmente eclipsada entre as 04:41 e as 05:44, altura em que sai progressivamente da sombra.
Se o céu não estiver nublado, o eclipse pode ser visto praticamente em todo o mundo, com exceção do extremo leste da Ásia, da Austrália e da Nova Zelândia.
O de segunda-feira tem a particularidade de ser um eclipse total de uma ‘superlua’, porque a Lua, em fase de Lua cheia, aparenta ser maior (na sua maior aproximação à Terra, a Lua irá parecer 14% maior no céu).
Um eclipse lunar ocorre sempre quando a Terra passa entre a Lua e o Sol e a Lua, em fase cheia, encontra-se no plano orbital da Terra.
Durante o tempo em que fica na sombra da Terra, a Lua não fica às ‘escuras’ e ganha um tom vermelho-acastanhado devido à refração e dispersão da luz do Sol na atmosfera terrestre. É por isso que vulgarmente se chama “Lua de sangue”.
Antes de entrar na sombra, a Lua está cerca de uma hora na penumbra, perde brilho e tem um tom cinzento-escuro, cor que volta a adquirir ao sair da sombra e a entrar novamente na penumbra. A Lua regressa à sua tonalidade branca habitual às 07:50, quando sai completamente da penumbra.
Normalmente, uma ‘superlua’ é 30% mais brilhante do que uma Lua cheia habitual, o que não sucede durante um eclipse, em que perde luminosidade.
Por isso, disse à Lusa o diretor do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), Rui Agostinho, a melhor altura para observá-la é ao fim da tarde de domingo, depois de a Lua nascer, às 17:06. No horizonte, a Lua surgirá igualmente avermelhada (a Lua é iluminada por luz branca que é refletida para a Terra e se torna avermelhada quando dispersa na atmosfera terrestre).
Perto do horizonte, a Lua parecerá ainda maior, mas é ilusão ótica, adverte o OAL.
Em 2019 vai haver mais duas ‘superluas’, em 19 de fevereiro e 21 de março, e um eclipse lunar, mas parcial, em julho. Os fenómenos são observáveis em Portugal.
Há ‘superluas’ e eclipses lunares todos os anos, mas um eclipse total de uma ‘superlua’ só volta a acontecer em 26 de maio de 2021, de acordo com o OAL. Antes do de segunda-feira, houve eclipses totais de ‘superluas’ em 1910, 1928, 1964, 1982 e 2015, conta a agência espacial norte-americana NASA num vídeo de animação.
Na segunda-feira, o Centro Ciência Viva de Constância – Parque de Astronomia vai estar aberto entre as 03:00 e as 07:00 para uma sessão de observação com telescópio e registo de imagens das diferentes fases do eclipse da Lua.
No céu, pelas 05:00, com a Lua perto do horizonte, a Oeste, dois planetas irão surgir a Este e poderão ser igualmente observados: Vénus e Júpiter (e as suas quatro principais luas).
Para o caso de não haver condições de visibilidade do céu, o Centro Ciência Viva de Constância propõe um programa alternativo: uma conversa sobre eclipses lunares, às 03:30, e uma sessão de planetário com uma simulação do eclipse, às 04:30. Aos visitantes mais resistentes será oferecido chá e bolos.
O Observatório Astronómico de Santana, na ilha de São Miguel, nos Açores, também vai estar de portas abertas para a observação do eclipse.
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