“O Livre luta sempre por eleger, para eleger nestas eleições europeias e em outubro, para eleger um grupo parlamentar nas eleições legislativas”, afirmou Rui Tavares aos jornalistas.

Falando à comunicação social depois da entrega da lista ao sufrágio de 26 de maio no Tribunal Constitucional, em Lisboa, Rui Tavares frisou que “com o Livre há diferença, não há diferença retórica, há diferença real”.

“E é essa que vamos levar ao Parlamento Europeu, e depois à Assembleia da República também”, assinalou.

O cabeça de lista assinalou também que “o Livre concorre a estas eleições europeias com uma estratégia radicalmente diferente da de qualquer outro partido português ou coligação que concorre a estas eleições europeias”, vincando que o partido, “nas eleições europeias, vai falar de Europa”.

“E isso parece algo que em Portugal é extremamente inusitado, porque nós vemos que, à medida que se aproxima a data das eleições europeias, os partidos falam de assuntos que podem ser metropolitanos ou assuntos que podem ser domésticos e internos ao clã da política portuguesa, mas não falam acerca de democratizar a União Europeia”, disse.

Apontando que esse é o “primeiro pilar do programa do Livre”, Rui Tavares destacou que a sua força política é a única fundadora “de um movimento de cidadãos pan-europeu”, denominado “Primavera Europeia, e que concorre desde Portugal até à Polónia, em diversos países europeus, com intenção de democratizar a União Europeia”.

“Nós, em Portugal, vivemos uma farsa em que não há debate europeu, em que temos de um lado os ‘eurocontinuistas’ do PS do PSD e do CDS que acham que tudo está mais ou menos bem como está com uma mudança ou outra de pormenor, depois temos os ‘eurocatastrofistas’ de PCP e Bloco, que dizem que fariam coisas extraordinárias se rasgassem os tratados primeiro ou se a União Europeia deixasse de existir”, defendeu.

Regressando ao tema do programa do Livre para estas europeias, o antigo eurodeputado frisou também que o seu partido “concorre com programa detalhado de investimentos na área da reconversão da economia europeia, da transição ecológica”, a que chamaram novo pacto verde, e que consiste no investimento de “500 mil milhões de euros anuais, a partir do Fundo Europeu de Investimento, para fazer esta reconversão, que vai desde a reconversão energética até ao isolamento e ao aquecimento eficiente das casas”.

Considerando que o Banco Central Europeu “não precisa de fazer lucro”, Rui Tavares defendeu também “que os 90 mil milhões de euros de lucros anuais do Banco Central Europeu” sejam empregados “num plano de erradicação da pobreza infantil e de combate aos fenómenos de pobreza que afetam 100 milhões de cidadãos europeus, numa União Europeia a 500 milhões”.

Caso sejam eleitos para o Parlamento Europeu, os “deputados do Livre vão lutar pela democratização da União Europeia”, pois “o Livre não é de europeísmo intermitente”.

“Nós sabemos que a União Europeia viveu uma experiência de quase morte nos últimos anos com uma série de fenómenos, desde a subida das extremas direitas autoritárias à crise financeira e aos seus impactos na zona euro, à própria questão do Brexit, crises essas que nos fazem querer refundar o projeto europeu”, referiu, advogando que “ou se democratiza ou ela se desintegra”.

Rui Tavares frisou ainda que “os cidadãos europeus não podem aceitar menos do que eleger todos os legisladores da União Europeia”, classificando isso como “inaceitável do ponto de vista da democracia europeia que se exige ter para responder aos desafios de século XXI”.