A Escola Básica Francisco Arruda, na Calçada da Tapada, na freguesia lisboeta de Alcântara, é um dos equipamentos escolares disponíveis para assegurar o acolhimento no âmbito da JMJ e foi o local escolhido para a assinatura do protocolo para esse fim, celebrado hoje entre a Câmara Municipal de Lisboa (CML), a empresa Construção Pública (anteriormente designada de Parque Escolar) e a Fundação JMJ — Lisboa 2023.

Afirmando Lisboa como cidade de acolhimento, o presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), disse que o protocolo celebrado vai assegurar o alojamento de “mais de 41.000 peregrinos”, em que “as escolas têm um papel fundamental”, acolhendo à volta de 40% dos 100 mil participantes que devem ficar a dormir no concelho durante a JMJ.

No total, os 113 espaços têm uma capacidade recomendada para assegurar a pernoita de 41.227 peregrinos, em que a maioria será para alojamento entre 31 de julho e 07 de agosto, com exceção dos 4.550 voluntários que poderão ser acolhidos entre 23 de julho e 07 de agosto em nove escolas.

A partir de domingo, 23 de julho, e durante as próximas duas semanas, a Escola Básica Francisco Arruda estará disponível para pernoitar de 450 peregrinos voluntários, que ficarão distribuídos pelo ginásio, por 20 salas de aula e pela sala de alunos.

Considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.

“O alojamento dos peregrinos é uma das peças fundamentais para que as coisas corram bem. Os jovens peregrinos não são exigentes, pelo contrário, e o mínimo que eles querem é exatamente os tais ‘x’ metros quadrados, tomar um banho e um pequeno-almoço e, depois, seja o que Deus quiser”, declarou o presidente da Fundação JMJ — Lisboa 2023, bispo Américo Aguiar.

O responsável pela Fundação JMJ reforçou que a marca da Jornada é o acolhimento em equipamentos públicos e coletivos, não é o alojamento em hotéis, “porque não havia hotel que chegasse” e não é esse o regime de participação no evento, e “também há, depois, uma pequenina percentagem que é alojamento familiar, que é uma proposta diferenciada, que a maioria dos jovens não prefere”.

“A malta quer é estar toda junta num pavilhão, de preferência, uns 20, 30, 40, 50, para a borga, para a festa”, apontou o bispo, considerando que será na diversidade das ofertas e possibilidades de vivência da Jornada que “tudo correrá da melhor forma”.

Agradecendo à Câmara de Lisboa e à empresa Construção Pública, o presidente da Fundação JMJ dirigiu uma palavra de compromisso à diretora da Escola Básica Francisco Arruda: “Vamos reforçar as orações para lhe devolver a escola direitinha”.

Américo Aguiar disse que o alojamento em escolas “está a ser replicado pelos outros municípios à volta do Lisboa e também no resto do país”, indicando que a JMJ está agora a começar com os Dias nas Dioceses, que decorrem “no norte, sul, interior, litoral, continente e ilhas”, onde “as escolas também são um dos locais privilegiados de acolhimento destes jovens”.

O bispo lembrou ainda a sua recente visita à Ucrânia, em que esteve numa escola destruída pela guerra, pedindo que as escolas portuguesas “nunca vivam” esta situação de violência.

O presidente da Câmara de Lisboa realçou a alegria por a capital portuguesa ser a anfitriã da JMJ, que é acompanhada de responsabilidade para que o evento seja um sucesso, mas também de concretização por a cidade já estar pronta para este desafio.

“Vamos estar 24 horas por dia a acolher de braços abertos, com um sorriso lisboeta, mas sempre com um sentido enorme de preocupação. O senhor bispo, às vezes, diz: A preocupação, claro que é muita, mas ela vai ser sempre disfarçada com um grande sorriso, para dar essa capacidade de acolhimento conhecida da nossa cidade”, declarou o social-democrata Carlos Moedas.