Na reunião pública do executivo camarário, a vereadora do Livre, Patrícia Gonçalves, em substituição de Rui Tavares, defendeu “uma proposta de requalificação da Avenida Almirante Reis, mais barata, que repensa este eixo muito para além da sua ciclovia e cujo foco incide em: mais segurança a nível de mobilidade e mais acessibilidade; mais mobilidade ativa e transporte público; uma avenida mais saudável – despoluir e descarbonizar; e mais arborizada – com mais árvores e de maior porte”.
Entre os objetivos da proposta do Livre está a ideia de “duas ciclovias unidirecionais segregadas junto aos passeios”, assim como uma via exclusiva para transporte público e veículos de emergência, o aumento do número de passadeiras e o alargamento dos passeios em cerca de um metro de largura.
Patrícia Gonçalves disse que a proposta será apresentada na próxima semana e convidou o executivo camarário a estar presente, referindo que as preocupações que os lisboetas expressaram nas sessões de consulta pública “não se encontram refletidas, até ao momento, nos planos do executivo” para a Avenida Almirante Reis.
O Livre pretende que “a Avenida Almirante Reis, possa vir, gradualmente, e passo a passo, a ser melhorada em vários aspetos, mas como um todo, transformando-se numa verdadeira Avenida da Igualdade, para quem nela circula, mora ou quer simplesmente dela usufruir”.
Em resposta, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), elogiou a “excelente apresentação” da vereadora do Livre, indicando que algumas das propostas serão consideradas na solução permanente, reforçando que o executivo quer discutir com as pessoas.
Carlos Moedas questionou ainda se a proposta do Livre tem espaço para ser concretizada nesta avenida, ao que Patrícia Gonçalves referiu que foi estudado o perfil da Almirante Reis e a mesma “cabe”.
A vereadora do PS Inês Drummond PS indicou a existência de uma carta aberta “Almirante Reis, isto não foi um processo participativo”, em que os subscritores reiteram que a alteração da ciclovia proposta pelo executivo “agrava seriamente a segurança dos utilizadores de bicicleta e a funcionalidade da ciclovia, sendo uma alternativa significativamente pior e menos coerente do que a ciclovia presentemente existente, o que se irá traduzir no desincentivo à sua utilização”.
A socialista voltou a questionar sobre o funcionamento do Conselho de Cidadãos, criticando a falta de informação, porque o que se sabe “é através da comunicação social”, defendendo que, “se o objetivo é ouvir de facto os cidadãos, tem que ser de forma transparente”.
No final de março, o presidente da Câmara de Lisboa disse que a solução imediata para Avenida Almirante Reis passa por “acabar com metade da ciclovia”, ressalvando que a longo prazo deve existir um projeto de reperfilamento da artéria.
“Temporariamente vamos resolver uma parte do problema que é retirar já uma parte daquela ciclovia para escoar o trânsito, mas no longo prazo aquela avenida tem de ter duas faixas nos dois lados e, depois, pode ter a ciclovia, mas isso tem de ser um projeto de reperfilamento da própria Almirante Reis”, afirmou o autarca do PSD.
Numa publicação na rede social ‘Twitter’, em 30 de março, Carlos Moedas disse que, depois de ouvir várias opiniões e avaliar diferentes soluções, percebeu que “retirar totalmente a ciclovia não seria a melhor opção transitória”.
“O que vamos fazer no imediato? Retirar a ciclovia do sentido ascendente e colocar duas faixas para automóveis. Colocar toda a ciclovia no sentido descendente. O que é que isto vai permitir? Que o trânsito escoe da cidade com maior fluxo e permite também que todos os utilizadores da ciclovia continuem a percorrer a avenida”, acrescentou o presidente da câmara, referindo que o município está também a trabalhar numa solução a longo prazo que irá mudar toda a Almirante Reis.
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