“Percebi claramente que as medidas de reforço de meios técnicos e humanos do governo, no posto consular para as questões relativas ao ‘Brexit’, estão a dar resultados e que, em particular, o centro de atendimento consular Linha Brexit é um sucesso”, afirmou hoje à agência Lusa.
Nos encontros que manteve desde sexta-feira, com empresários e ativistas da comunidade, recebeu comentários positivos, nomeadamente que a resposta aos telefonemas é rápida, que dá os esclarecimentos necessários e que facilita a marcação de atendimentos até agora difíceis de obter.
“Está a dar resposta e com um resultado extraordinário”, afirmou Pisco.
A ministra da Presidência e Modernização Administrativa, Mariana Vieira da Silva, adiantou na quarta-feira no parlamento que, no primeiro dia de funcionamento, a Linha ‘Brexit’ recebeu 192 chamadas, das quais 89 para agendamento de serviços e, as restantes, para informação, a que acrescem 78 correios eletrónicos.
O centro foi criado para facilitar o acesso a serviços consulares numa altura de maior procura devido ao processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE), pois os cidadãos europeus precisam de se registar pelo menos até 31 de dezembro de 2020, para obter o estatuto de residente.
Paulo Pisco espera que “este reforço de meios humanos e materiais possa ser estruturante e no futuro possa dar uma resposta mais rápida e eficaz à comunidade, quando deixar de haver esta pressão grande com a necessidade de documentação”.
Nos restantes encontros, o deputado socialista notou alguma preocupação de empresários e estudantes ou investigadores científicos com a incerteza que ainda ensombra o processo do ‘Brexit’.
“Os comerciantes e importadores estão inquietos, porque consideram que a possibilidade de perturbações dos fluxos comerciais e aumento das tarifas [aduaneiras] no caso de uma saída sem acordo irá afetar a atividade económica”, explicou.
Quantos aos académicos, “o clima de incerteza está a bloquear a tomada de decisões”, pois a falta de investimento, o potencial aumento de propinas nas universidades e a redução de projetos de investigação reduziu a atratividade do Reino Unido para os estudantes e investigadores portugueses.
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