Questionado à margem de uma reunião com a Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra no âmbito da campanha eleitoral, em Braga, Francisco Rodrigues dos Santos disse que encara “sem surpresa” o anúncio do antigo vice-presidente do CDS de que vai votar na Iniciativa Liberal no domingo.
“Eu não me manifesto por apoios políticos de pessoas que não são militantes do partido”, acrescentou o presidente do CDS-PP.
Questionado também se o grande número de eleitores que estarão confinados devido à covid-19 poderá ser prejudicial ou benéfico para o CDS nestas eleições legislativas, Francisco Rodrigues dos Santos ressalvou que não sabe “dizer em concreto se haverá um partido A ou B que será beneficiado por um acréscimo de abstenção, por haver portugueses que não se sintam seguros para exercer o seu direito de voto”.
“Uma coisa é certa, é que há certamente um perdedor, que é a nossa democracia”, salientou, sustentando que a partir do momento em que há portugueses que se recusam a exercer o seu direito de voto, a maior conquista da liberdade democrática, porque não sentem que têm reunidas as condições de segurança para poder fazê-lo, a democracia fica a perder”.
Considerando que o Governo “deve ser sancionado”, o presidente do CDS-PP disse esperar que o seja “em urnas”.
“Se tivesse havido preparação, planeamento, era muito fácil resolver esta questão, era fazer a eleição em dois dias, o dia 29 para infetados e confinados, o dia 30 para a população em geral”, reiterou.
O antigo dirigente do CDS-PP Adolfo Mesquita Nunes anunciou na segunda-feira à noite que vai votar na Iniciativa Liberal nas eleições legislativas, dizendo que é única solução partidária que “traz os instrumentos de criação de riqueza”.
“Nos últimos dois anos este espaço do reformismo sensato foi ocupado pela IL e é, nesta campanha, a única que traz os instrumentos para a criação de riqueza que é preciso para depois podermos todos discutir a distribuição de riqueza”, disse Adolfo Mesquita Nunes, na SIC Notícias.
De acordo com o ex-militante democrata-cristão, é preciso uma força na Assembleia da República ou no Governo que “obrigue Rui Rio a fazer as reformas que são necessárias”.
“Acho que nestas eleições, depois destes últimos dois anos, [a IL] merece o meu voto de confiança”, indicou.
O ex-deputado do CDS-PP admitiu, no entanto, que não concorda com tudo o que a IL defende, destacando divergências ao nível de medidas sociais.
Adolfo Mesquita Nunes, que tinha admitido concorre à liderança, desfiliou-se do CDS no final de outubro do ano passado, apontando que o partido em se filiou “deixou de existir”.
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