"Para combater a esquerda em Portugal precisamos de uma direita forte, nós não precisamos de uma obsessão pelo centro, que desvirtua a direita", afirmou o líder centrista no encerramento do primeiro dia da convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL), em Lisboa.
Na sua opinião, "o centrismo é uma ideologia de fachada e que faz fretes ao PS".
"Querer ser apenas do centro é querer ser tudo e o seu contrário, tudo ao mesmo tempo e, no final de contas não é ser coisa rigorosamente nenhuma. É ser tudo e é não ser nada", criticou Francisco Rodrigues dos Santos.
O líder centrista defendeu também que "quem se afirma do centro acaba por não ter armas para combater a esquerda e permitir a essa mesma esquerda se perpetuar no poder".
“O centro ideológico não existe, confunde-se com o poder pelo poder e um partido como o CDS, que pretende representar uma direita popular, tem de começar por não fazer concessões à esquerda, tem de começar por dizer que é de direita para um dia poder dizer que é a direita em Portugal”, salientou.
Considerando que "esta convenção do MEL representa um fórum de discussão de ideias e de afirmação da direita", o presidente do CDS-PP apelou ao diálogo.
"Saibamos continuar a conversar entre nós, a combater as limitações que muitos nos querem impor, a examinar as dificuldades do país e as preocupações dos portugueses", desafiou.
Francisco Rodrigues dos Santos afirmou ainda que esta iniciativa, que decorreu no Centro de Congressos de Lisboa, “surge de novo como uma provocação, como uma espécie de advento em Portugal da direita não envergonhada”.
No seu discurso de cerca de 25 minutos, que foi ouvido pelo antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, o presidente do CDS-PP salientou igualmente que "Portugal precisa de uma direita forte para retirar o país do declínio em que se encontra e que o PS o mergulhou", e defendeu que "só é possível construir uma direita forte com um CDS forte".
"O espaço do CDS é insubstituível na nossa democracia: aqueles que procuram o CDS fora do CDS não o vão encontrar", vincou, apontando que vai "colocar o Partido Popular no lugar que merece e que sempre foi o seu, à direita e na direita que serve a Portugal, um partido das pessoas e das liberdades, um partido ao serviço da governação de Portugal".
Francisco Rodrigues dos Santos destacou ainda que o CDS-PP "já demonstrou por várias vezes estar preparado para governar e endireitar Portugal" e que "mais uma vez está pronto para elevar bem alto o nome de Portugal e de todos portugueses".
"Vou ligar a direita do Partido Popular às pessoas e a todas as pessoas que nos vão dar de novo maiorias absolutas para poder governar Portugal", frisou.
Na sua intervenção, o líder democrata-cristão apontou ainda várias críticas ao Governo e ao PS, assinalando como "o grande desafio" combater o socialismo, que "compromete não apenas o desenvolvimento coletivo, como também anula a liberdade".
"A rede de poder do PS é hoje a maior e a mais influente de sempre, pelos laços que criou durante anos e anos de governação, pelos arranjos de circunstância que fez com a extrema-esquerda, mas também porque abateu a economia e dos cidadãos nas garras do Estado", referiu.
Considerando que "a burocracia, a pobreza, a dependência da máquina do Estado e a burocracia são os grandes instrumentos de corrupção", Rodrigues dos Santos defendeu que é preciso "mudar o ciclo político e descolonizar a administração pública dos ‘boys’ do PS".
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