“Ouvimos ontem [o primeiro-ministro] dizer que tem um truque para as pessoas perceberem quando fala na qualidade de primeiro-ministro e quando é que está a falar como secretário-geral do PS, é usa gravata ou não usa gravata”, disse.
Francisco Rodrigues dos Santos, que falava aos jornalistas durante uma arruada na Pampilhosa da Serra (distrito de Coimbra) no último dia de campanha para as eleições autárquicas de domingo, considerou que António Costa, “para além de um pai natal antecipado para os portugueses, que promete tudo a todos, agora também é um consultor de moda que procura que os portugueses interpretem a qualidade em que se dirige a eles através do uso de um acessório pendurado no pescoço”.
“Isto é brincar com os portugueses. Eu diria que com gravatas e bolos se enganam os tolos, e acho que este PS e este primeiro-ministro têm de ser castigados em urnas já neste ato eleitoral marcado para domingo”, frisou.
Na Pampilhosa, o presidente centrista afirmou também que o primeiro-ministro “não conseguiu ainda prometer aquilo que é mais urgente para o país”, destacando a proposta do CDS do ‘vale-farmácia’, um cartão para apoiar os idosos de baixos rendimentos na compra de medicamentos, e o alívio dos impostos sobre a eletricidade.
“E sobre isto não ouvimos o primeiro-ministro dizer uma única palavra, está mais distraído em ser um consultor de moda, em ser um pai natal antecipado”, criticou, apontando que “é possível enganar todos durante algum tempo, é possível enganar alguns durante todo o tempo, mas é impossível enganar todos durante todo o tempo”.
Já a cerca de 70 quilómetros, na segunda arruada do dia, em Oliveira do Hospital, o presidente do CDS voltou a falar no assunto, tendo criticado que Portugal esteja “a virar uma verdadeira excentricidade socialista que é completamente intolerável”.
“O primeiro-ministro acha que é por tirar a gravata que altera o conteúdo do discurso, mas não, o conteúdo do discurso tem sido exatamente o mesmo”, criticou, defendendo que a atitude para com os portugueses deveria ser diferente, mas “é rigorosamente a mesma”.
E passa por “prometer tudo a todos, durante todo o tempo, mesmo aquilo que não pode cumprir, e utilizar todos os argumentos que estão à sua disposição para tentar amealhar votos para o PS”.
“Isso parece-me sinal de desespero eleitoral e o apelo que eu faço aos portugueses é que castiguem este Governo e possam dar uma reprimenda porque isto não é forma de estar, nem é esta lisura que se exige a um primeiro-ministro”, salientou Rodrigues dos Santos.
Questionado se as suas declarações não iriam confundir os portugueses, uma vez que se trata de eleições para as autarquias locais, o líder do CDS notou que “o primeiro-ministro é que introduziu um discurso de âmbito nacional nestas eleições autárquicas”.
“Já prometeu hospitais, já prometeu estradas, prometeu escolas, prometeu o fim da pandemia”, elencou, considerando que Costa “está a fazer propaganda desde que se iniciaram estas eleições”.
“Já atingimos o ridículo máximo”, criticou, referindo ser “urgente pedir aos portugueses que o castiguem pelas promessas que está a fazer e não vai cumprir e por estar a prometer cosias que não correspondem aquilo que é o sentimento de urgência que se vive nas ruas de Portugal”.
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