“Senhor Kuzu, esta é a nossa terra, não a sua. A Turquia é a sua terra. Parta rapidamente e nunca mais volte”, escreveu Wilders na sua conta na rede social Twitter, em resposta a declarações do deputado que o tinha comparado com Adolf Hitler, também por exigir o fecho de mesquitas.
Em declarações hoje à cadeia televisiva pública NOS, Kuzu reafirmou as suas palavras e precisou que fez um “paralelismo” entre o programa político de Wilders, que tem apelado ao encerramento de mesquitas e à proibição do Corão, o livro sagrado do Islão, e as decisões do líder nazi na década de 1930, que exigiu “a proibição da Torah [o livro sagrado judio] e o fecho das sinagogas”.
Kuzu também criticou o primeiro-ministro, Mark Rutte, devido a uma carta pública em que o líder do Partido Popular para a Liberdade e Democracia (VVD, conservador-liberal, no poder) convida as pessoas que não respeitem os valores holandeses a abandonarem o país.
“A identidade holandesa não é única”, disse Kuzu, mas depende dos “17 milhões” de pessoas que vivem no país.
Este deputado, nascido na Turquia, foi membro do Partido Trabalhista (PvdA, social-democrata) até novembro de 2014, quando foi expulso com outro deputado, Selçuk Öztürk, por divergências com a direção sobre as políticas de integração dos imigrantes.
No entanto, estes dois deputados permaneceram na Câmara baixa (parlamento), formaram um grupo parlamentar próprio e fundaram o novo partido Denk (Pensa), que dizem vocacionado para a defesa dos direitos dos imigrantes e dos holandeses com dupla nacionalidade.
As últimas sondagens indicam que o Denk vai conseguir eleger dois deputados, mas Kuzu já manifestou a esperança de garantir cinco lugares no novo hemiciclo.
A duas semanas das eleições a campanha eleitoral holandesa decorre sem grandes surpresas e com a ausência de Wilders, que na semana passada decidiu suspender todas as ações programadas devido à detenção de um dos seus agentes de segurança, acusado de fornecer informações sobre a segurança do político a uma organização criminosa de “lavagem de dinheiro”.
O Partido da Liberdade (PVV) de Wilders lidera a maioria das sondagens, apesar de nas últimas semanas se ter registado uma recuperação do VVD do primeiro-ministro Mark Rutte, que surge na segunda posição.
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