
A leilão foram vários objetos que pertenceram à fadista, que morreu em Lisboa, em julho do ano passado, como vestidos, joias, plumas, xailes, chapéus, quadros e fotografias da intérprete, algumas inéditas.
O valor conseguido com o leilão “destina-se à construção de um túmulo, uma última pedra à altura da carreira” de Mísia, disse Sebastian Filgueiras, um dos herdeiros da criadora de “O Manto da Rainha”.
O corpo da fadista encontra-se sepultado no Cemitério do Alto de S. João, em Lisboa.
Em declarações à agência Lusa, fonte da leiloeira disse que “as peças vendidas por maior valor foram dois quadros da pintora Bela Silva que tinham um valor base de leilão de 600 e 400 euros, e fizeram ambos 2000 euros”.
Segundo a mesma fonte “nenhuma entidade pública adquiriu qualquer peça”.
A Fundação Kees Eijrond que adquiriu a casa onde viveu a fadista em Lisboa e a transformou numa residência artística, “tem interesse em adquirir algumas das peças que não forem vendidas no leilão”, disse à Lusa a sua diretora executiva, Mirna Queiroz, sem indicar quais.
A casa da fadista já recebeu o coreógrafo e bailarino jamaico-norte-americano David J. Amado, o escritor brasileiro Nuno Ribeiro, a artista transdisciplinar portuguesa Francisca Neves e o cineasta peruano Sebastian Alvarez.
Atualmente esta casa, no Alto de Santa Catarina, é ocupada pela escritora brasileira Nara Vidal, e “em seguida será ocupada, no âmbito de um projeto do escritor Alberto Manguel, pelo escritor e historiador argentino Gastón Burucúa, pela coreógrafa Meg Stuart e por um grupo de artistas que vão promover um laboratório" num festival de cinema independente, disse Mirna Queiroz.
A fadista Mísia, considerada inovadora do género musical, morreu aos 69 anos, em 27 de julho de 2024.
Susana Maria Alfonso de Aguiar, de seu nome de registo, nasceu no Porto e protagonizou uma carreira de cerca de 34 anos, durante a qual atuou nos mais variados palcos do mundo e recebeu diferentes prémios.
Mísia editou o seu primeiro álbum, homónimo, em 1991.
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