Questionado pelos jornalistas se o anúncio do secretário-geral do PS afeta a influência do Chega após as eleições legislativas de 10 de março, André Ventura considerou que “é o contrário, esvazia o espaço da AD”, e que “quem quer votar no Chega, pode votar no Chega perfeitamente”.
“Fica a evidência de que o Partido Socialista e o PSD se vão juntar no pós-eleições”, defendeu, indicando que o presidente do PSD “só não o quis dizer”.
Considerando que o PSD “vai preferir colar-se ao PS do que ao Chega”, André Ventura afirmou que “os eleitores agora têm as cartas todas na mesa, se querem continuar a perpetuar a governação socialista é votar no PSD ou no PS”.
O presidente do Chega afirmou que “os dois partidos são iguais” e que para, “quebrar este ciclo, tem que se votar no Chega”.
Sobre o protesto espontâneo e não estava autorizado de centenas de polícias junto ao Capitólio, onde decorreu na segunda-feira, o debate eleitoral entre o secretário-geral do PS e o presidente do PSD, André Ventura defendeu que “é a única forma que neste momento milhares de homens e mulheres forças de segurança têm para se fazer ouvir”.
“A manifestação foi ordeira, tanto quanto eu sei, correu estritamente dentro do que é o comportamento cívico que os polícias costumam ter”, sustentou, recusando que se tenha tratado de uma tentativa de coação.
Ventura acusou PS e PSD de terem “sistematicamente ignorado e humilhado” as forças de segurança e afirmou que o debate ficou também marcado por uma “falta de compromisso brutal dos dois candidatos”.
Sobre o facto de a concentração não estar autorizada, o líder do Chega desvalorizou, afirmando que “essa é outra questão”.
“A questão é se os polícias têm ou não a possibilidade e o direito de se manifestar num debate político. Eu acho que têm, porque é um debate que naturalmente junta dois partidos importantes e eles já não sabem mais o que fazer para se ouvir”, advogou.
O líder do Chega lamentou que o tema do combate à corrupção não tenha tido mais destaque no frente a frente entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos.
“Tivemos um governo que cai por força de corrupção, um governo regional que cai por força de corrupção e não temos de Luís Montenegro nem de Pedro Nuno Santos uma palavra sobre combate à corrupção. Não são em nenhum momento questionados sobre o combate à corrupção e nem sequer é confrontado o programa do Partido Socialista”, criticou.
André Ventura acusou PS e PSD de serem “cúmplices do ambiente de degradação que se criou em Portugal”.
Na ocasião, o presidente do Chega foi questionado também sobre a resposta do juiz da "Operação Influencer" ao recurso do Ministério Público a contestar as medidas de coação aplicadas aos arguidos.
Ventura considerou que se está “a criar uma certa esquizofrenia” e argumentou que o juiz “que decidiu que o Ministério Público não tinha razão não ia agora no recurso dizer o Ministério Público tem toda a razão”.
O juiz criticou a invocação de novos factos que não foram apresentados no primeiro interrogatório judicial e considerou contraditória e vaga a tese do Ministério Público de que os arguidos Diogo Lacerda Machado e Vitor Escária tentaram pressionar o primeiro-ministro para aprovação de um decreto-lei favorável à sociedade Start Campus.
O Chega fez hoje uma arruada de cerca de meia hora na zona da Graça, em Lisboa, na qual André Ventura fez questão de ir cumprimentar alguns elementos do quartel de bombeiros daquela zona.
Ao longo do percurso, o líder do Chega ouviu palavras de incentivo por parte de algumas pessoas com quem se cruzava mas ouviu também insultos e críticas, aos quais a comitiva respondia gritando “Ventura, Ventura” e “Chega, Chega”.
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