Questionado em entrevista à RTP sobre a decisão dos sociais-democratas de concorrerem a eleições sozinhos, Francisco Rodrigues dos Santos disse que o PSD escolheu “estar mais próximo de António Costa, recusando uma solução de Aliança Democrática” que estava a ser “discutida entre os dois partidos”.
“Senti que foi uma pirueta à estratégia que os nossos dois partidos iniciaram há dois anos. Soubemos convergir nos Açores para derrubar o PS. Nas eleições presidenciais apoiámos juntos o candidato da nossa família política que ganhou à esquerda na primeira volta”, acrescentou o presidente dos CDS, sustentando que os portugueses têm de saber interpretar no dia das eleições o “sinal político” dado pelo PSD.
No entanto, Rodrigues dos Santos considerou que a decisão do partido liderado por Rui Rio é uma “oportunidade para o CDS se diferenciar” e “constituir a única alternativa de direita responsável”, garantindo que o partido não vai entrar nas contas para o bloco central “ou arranjinhos com a esquerda”.
Considerando que a “lógica da coerência” recomendaria que os dois partidos concorressem em coligação, o o lídr do CDS acusou o PSD de escolher “o caminho mais difícil” para criar uma alternativa política ao PS.
“O sinal que Rui Rio deu ao país é de que quer ganhar com os votos do PS descontentes com António Costa. O CDS vai ser a reserva moral da direita”, completou.
O presidente do CDS-PP foi também interpelado sobre a possibilidade de o antigo presidente do partido Manuel Monteiro integrar as listas de deputados do partido como número um pelo círculo eleitoral do Porto.
Francisco Rodrigues dos Santos respondeu que Manuel Monteiro é “um expoente máximo da representação” do partido e “é natural que haja vontade da direção do partido em contar com Manuel Monteiro, que seria um ás, um trunfo, para o CDS ter um bom resultado”. No entanto, não concretizou se o partido vai incluir o antigo dirigente nas listas.
Sobre as escolhas para deputados, o presidente democrata-cristão sustentou que “o CDS não está capturado” pelo “friso de protagonistas que os portugueses conheceram nos últimos anos” e advogou que a “marca estava um bocadinho delapidada e gasta face aos resultados” eleitorais de anos anteriores.
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