A Proteção Civil já tinha alertado durante o dia de ontem: vinha aí mau tempo por causa da passagem da depressão Karim. Até às 19h00 tinham registadas mais de 600 ocorrências, sendo os distritos de Lisboa, Leiria e Setúbal os mais atingidos. Mas neste sábado a chuva intensa e vento forte fez-se sentir um pouco por todo o país. Tanto que a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) alertou para a possibilidade de ocorrência de "cheias relâmpago" em zonas urbanas devido à subida do nível dos rios.
O aviso era claro: as bacias hidrográficas estão com níveis bastante elevados, pelo que a precipitação forte e persistente iriam colocar as suas capacidades no limite. Algueirão, Mem Martins e Cascais foram os locais onde as inundações se fizeram sentir com mais intensidade, sendo que a Marginal de Oeiras chegou mesmo a estar cortada por causa da chuva intensa e a circulação de comboios na Linha de Cascais esteve interrompida devido à queda de uma árvore de grande porte.
Em Cascais, as cheias de hoje levaram a que Carlos Carreiras, presidente da Câmara, recorda-se as de 1983. "Tivemos hoje um período mais intenso entre as 11:30 e as 13:00 de muita chuva, para se ter uma ideia choveu bastante mais do que tinha chovido nas grandes cheias de Cascais em 1983 e isso provou algumas situações, não da gravidade de 1983, mas ainda assim algumas situações pontuais", afirmou.
Por agora, o autarca salientou que a situação está controlada, mas que a Câmara vai continuar em alerta e a monitorizar o impacto do mau tempo. Isto porque o cenário pode "complicar-se um pouco mais" durante esta noite, uma vez que a Ribeira das Vinhas e a Barragem do Rio da Mula estão carregadas e vão continuar a encher. "É todo um acumular de água que vai chegar à baixa de Cascais que, por sua vez, é das zonas do país que está considerada de maior risco de cheia", indicou o presidente. Numa peça do jornal da noite da RTP, foi também possível ver a água barrenta dentro de alguns estabelecimentos no centro da vila.
A maioria dos casos mais graves deu-se nos limites do distrito de Lisboa. A Norte, no Porto, a Proteção Civil tenta prevenir o pior com a limpeza das caixas pluviais, sendo que na Foz a forte ondulação foi uma constante durante o dia. Até ver, sem ocorrências graves. Já no interior do país, Guarda foi o distrito com mais ocorrências, sobretudo por causa de limpezas de via e de queda de árvores, devido ao facto de o vento ter atingiu os 110 km/h da parte da manhã.
O dia foi assim: chuvoso, ventoso e com o mar exaltado nas zonas costeiras. E, ao que parece, durante a noite continuará a sê-lo. A situação de alerta amarelo em todo o país vai manter-se até às 13:00 de manhã.
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