
Trump tinha alegado que tinha o direito de manter esses documentos em virtude da chamada Lei de Registos Presidenciais, que regulamenta como devem ser preservada a documentação oficial dos presidentes americanos.
A juíza Aileen Cannon, que chegou ao cargo após ser nomeada por Trump, negou o pedido do ex-presidente, mas deixou aberta a possibilidade de que este assunto volte a ser a considerado durante o julgamento.
"A Lei de Registos Presidenciais não proporciona uma base prévia ao julgamento para arquivar" o caso, escreveu Cannon na sua decisão publicada nesta quinta.
Trump, de 77 anos, declarou-se inocente em junho das acusações de retenção ilegal de informação de defesa nacional, conspiração para obstruir a Justiça e fazer declarações falsas.
Segundo a acusação, Trump guardou arquivos classificados — entre eles registos do Pentágono, da CIA e da Agência de Segurança Nacional (NSA) — sem proteção especial na sua residência de Mar-a-Lago, na Flórida, e criou obstáculos aos esforços oficiais para recuperá-los.
O procurador especial Jack Smith, que apresentou as acusações contra Trump, tinha ameaçado levar o caso a um tribunal de recurso depois de Cannon indicar que a Lei de Registos Presidenciais poderia ser levada em conta neste caso.
A juíza ainda não marcou uma data para o início do julgamento e ainda tem de se pronunciar sobre outros pedidos apresentados pelos advogados de Trump.
O ex-presidente também enfrenta acusações na Justiça federal e um indiciamento na Geórgia por conspirar para anular os resultados das eleições de 2020, quando perdeu para o democrata Joe Biden.
O juiz que preside o caso da Geórgia rejeitou também uma moção de Trump que procurava o arquivamento da acusação, alegando que ela violava o seu direito à liberdade de expressão.
A equipa de defesa de Trump tem tentado adiar o andamento dos diversos processos contra o seu cliente para depois das eleições presidenciais de 5 novembro.
Está previsto que o magnata do setor imobiliário seja julgado em Nova Iorque em 15 de abril por acusações na Justiça estadual de falsificação de registos comerciais, num caso de pagamentos encobertos para comprar o silêncio de Stormi Daniels, uma ex-atriz pornográfica.
Apesar de todos os problemas na Justiça, Trump quase não enfrentou resistência para vencer confortavelmente as primárias republicanas para as eleições de novembro.
Comentários