
Numa declaração enviada à agência Lusa, José Luís Carneiro considerou que a declaração ao país de Luís Montenegro, feita no sábado à noite a partir da residência oficial, “constitui fator de desprestígio das instituições democráticas”.
“Por duas razões: por não ter havido coragem para assumir a responsabilidade política assente na ética republicana e, em segundo lugar, pelo facto de o governo não assumir a vontade de levar ao Parlamento uma moção de confiança”, justificou o deputado socialista que disputou as últimas eleições internas do partido com Pedro Nuno Santos, o líder do PS.
Hoje de manhã, o eurodeputado e dirigente socialista Francisco Assis desafiou o PS a apresentar uma moção de censura caso o Governo não avance com uma moção de confiança, defendendo que “qualquer meio-termo significará a opção pelo pântano fétido”.
No sábado à noite, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, admitiu avançar com uma moção de confiança ao Governo se os partidos da oposição não esclarecessem se consideram que o executivo “dispõe de condições para continuar a executar” o seu programa, após ter sido noticiado que a Spinumviva, empresa detida pela sua mulher e filhos, recebe uma avença mensal de 4.500 euros do grupo Solverde.
Pouco depois, o PCP anunciou que vai apresentar uma moção de censura ao Governo, defendendo que “não está em condições de responder aos problemas” de Portugal e “não merece confiança”, mas sim censura.
O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, disse que não iria viabilizar a moção de censura do PCP, considerando que os comunistas tinham “mordido o isco lançado pelo Governo”, mas afirmou que, se o Governo apresentar uma moção de confiança, o PS a chumbaria, frisando que não tem confiança no executivo de Luís Montenegro.
Depois destas declarações, o ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, disse que, caso a moção de censura anunciada pelo PCP seja rejeitada no parlamento, “não há uma justificação” para o Governo apresentar uma moção de confiança.
Em entrevista à RTP3, Joaquim Miranda Sarmento afirmou que a rejeição de “duas moções de censura” significa que o “parlamento entende que o Governo pode continuar a governar e, nesse sentido, não há uma justificação para uma moção de confiança”.
"O PCP acabou de anunciar que apresentará uma moção de censura. Aparentemente, será rejeitada porque o secretário-geral do PS acabou de dizer que votará contra, portanto o parlamento volta, 15 dias depois, a reafirmar que o Governo tem as condições necessárias para governar”, sustentou o ministro.
Comentários