“O Japão e Timor-Leste são importantes parceiros que partilham valores básicos. Queremos revitalizar o nosso relacionamento para uma nova fase”, disse Taro Kono aos jornalistas, numa declaração sem direito a perguntas, ao lado do homólogo timorense, o ministro interino dos Negócios Estrangeiros, Agio Pereira.
Kono destacou que o objetivo é avançar na “cooperação no campo marítimo, através de uma consulta trilateral entre o Japão, Timor-Leste e a Indonésia”, e continuar a contribuir para o desenvolvimento de infraestruturas em Timor-Leste.
“No que toca à cooperação regional, somos ambos países marítimos no Indo-Pacífico e concordámos trabalhar juntos para conseguir um Indo-Pacífico livre e aberto, com base no direito internacional e na liberdade de navegação, rejeitando fortemente tentativas unilaterais de mudar o ‘status quo'”, sublinhou.
Kono disse que nas próximas reuniões em Díli pretende continuar a discutir temas regionais, incluindo a Coreia do Norte.
Por seu lado, Agio Pereira destacou o apoio que o Japão tem dado ao desenvolvimento de Timor-Leste, em áreas como o fortalecimento das infraestruturas e a formação de quadros, e considerou que esta visita contribuiu para “reforçar as relações bilaterais”.
Um dos exemplos desse apoio foi a construção da nova ponte na ribeira de Comoro, na parte ocidental de Díli, oferecida pelo Governo japonês e que constituiu “um testemunho do empenho do Japão no desenvolvimento das infraestruturas de Timor-Leste”, disse.
Na agenda bilateral, estão ainda os temas da cooperação nas áreas da defesa e da educação, sendo de saudar o novo programa de bolsas que vai ajudar os funcionários públicos timorenses, referiu.
“É um programa que consideramos muito importante não apenas pela perspetiva académica, mas pelo desenvolvimento de caráter e disciplina dos funcionários que irão estudar no Japão”, disse.
Igualmente importante é o apoio japonês nas áreas das alterações climáticas e preparação para desastres naturais, acrescentou o responsável timorense.
Os dois líderes assinaram um acordo para um programa de fortalecimento dos recursos humanos timorenses através de bolsas de estudo em universidades japonesas.
Além da troca de notas ao nível ministerial foi assinado um acordo sobre aquele program, pelo representante da agência de cooperação japonesa (JICA) em Timor-Leste, Nagaishi Masafumi, e pelo diretor geral do Instituto Nacional de Administração Pública (INAP) timorense, Agostinho de Deus.
Em causa está o apoio à formação e capacitação de recursos humanos timorenses, um dos elementos centrais da cooperação japonesa com Timor-Leste, através do projeto da Bolsa de Desenvolvimento de Recursos Humanos (JDS, na sua sigla em inglês).
Segundo a cooperação japonesa, o objetivo do projeto JDS, atualmente implementado em 15 países, é “apoiar o desenvolvimento de recursos humanos nos países recetores da ajuda japonesa, através de funcionários governamentais altamente capacitados e outros”.
O objetivo é conceder bolsas a formandos timorenses para estudarem em universidades japonesas e adquirirem “conhecimento especializado, conduzam pesquisas e construam redes” de contactos.
Primeiro chefe da diplomacia nipónica a deslocar-se a Timor-Leste, Taro Kono visitou o país em 2001, antes da restauração da independência, como observador das eleições para a Assembleia Constituinte
Taro Kono considerou que é notável o desenvolvimento alcançado na capital timorense, em resultado dos “grandes esforços” da população.
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