O ministro, defensor de uma política de imigração muito restritiva, publicou uma carta no jornal Corriere della Sera, na qual justificou a sua decisão de bloquear o desembarque de migrantes, alegando que ela “correspondeu a um interesse público importante.”
O Conselho de Eleições e Imunidade do Senado reúne quarta-feira para decidir se autoriza o Tribunal da região de Catânia (no sul de Itália) a abrir um processo contra Salvini, por o ministro ter bloqueado o desembarque de migrantes do navio militar “Diciotti”, em agosto passado, sendo por isso acusado de “sequestrar pessoas”.
A lei italiana que regula os processos judiciais contra presidentes e ministros dita que se deve recusar a autorização para fazer um julgamento quando o arguido “agiu para proteger os interesses de Estado constitucionalmente relevantes ou por um interesse público proeminente.”
“Depois de ter refletido longamente sobre este caso, considero que a autorização para um julgamento deve ser rejeitada. E não é por ser sobre mim. A luta contra a imigração ilegal corresponde a um interesse público preeminente”, diz Salvini na carta divulgada hoje.
O ministro argumenta ainda que esta situação tem “implicações políticas precisas” porque, escreve, não agiu em seu nome, mas em nome de todo o governo italiano.
“Em conclusão, eu não nego nada e não me eximo a responsabilidades. Estou convencido de que sempre agi nos melhores interesses do país e no pleno respeito do meu mandato”, diz o ministro na carta.
O Senado começa quarta-feira a discutir este caso, que deverá ficar resolvido num prazo máximo de 60 dias.
Se o julgamento acontecer, poderá comprometer a estabilidade do governo de coligação entre a Liga (a que pertence Salvini) e o Movimento Cinco Estrelas, já que este partido revelou que não se oporia ao processo judicial.
No entanto, o ministro das Infraestruturas, Danilo Toninelli, do Movimento Cinco Estrelas, disse hoje que a coligação está sólida e unida, independentemente da decisão sobre o julgamento de Salvini.
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